Comissão de Acompanhamento informa que maioria dos novos casos dos Açores é da estirpe inglesa

11 de Março 2021

A maioria dos novos casos de infeção por Covid-19 detetados esta quinta-feira nos Açores pertence a uma cadeia de transmissão na qual foi detetada a estirpe inglesa, adiantou o presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia.

“Com a estirpe do Reino Unido, a transmissão é muito mais rápida. Foi feita uma testagem a cerca de 60 a 80 pessoas que deduziu nestes 25 casos positivos de Rabo de Peixe (…), com um espaço de dois dias do diagnóstico do primeiro caso”, avançou hoje o presidente da comissão, Gustavo Tato Borges, numa conferência de imprensa, na ilha do Corvo.

Depois de um dia sem registo de novos casos, os Açores detetaram hoje 34 novos casos positivos de infeção pelo coronavírus que provoca a doença Covid-19, todos na ilha de São Miguel, dos quais 26 no concelho da Ribeira Grande e, destes, 25 na vila de Rabo de Peixe.

Segundo Gustavo Tato Borges, a região apresentava um “trajeto descendente muito positivo”, mas o surgimento de um caso suspeito da estirpe inglesa, internado no hospital de Ponta Delgada, levou a uma maior testagem de contactos e à confirmação de novos casos.

“Foi uma intervenção muito rápida, muito alargada e prova que esta estirpe do Reino Unido é uma estirpe muito mais virolenta, muito mais capaz de ser transmissível entre todos, o que motiva ainda mais a necessidade de minimizar contactos e cumprir o isolamento”, frisou, admitindo que surjam novos casos até domingo.

Também o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses, apelou a um maior esforço de contenção por parte da população e ao cumprimento das normas sanitárias em vigor.

“O que se passou nas últimas 24 horas é a prova do que se pode passar. Sempre dissemos que tudo se pode alterar de um momento para o outro, de um comportamento para o outro. Isto infelizmente aconteceu. Ontem tivemos zero casos positivos, com uma tendência muito favorável, hoje temos 34 casos positivos”, apontou.

Esta semana, a atualização das medidas de contenção da pandemia foi anunciada a partir da ilha do Corvo, a mais pequena dos Açores, onde decorre a administração da segunda dose da vacina contra a Covid-19 a toda a população com mais de 16 anos.

Segundo Clélio Meneses, a vacinação massiva “visa tornar imunizada e tranquilizada” a população de uma ilha “histórica e geograficamente isolada” e com “exíguos cuidados de saúde, não tendo uma única cama de internamento”.

“O Corvo é, de facto, o primeiro território que fica imunizado e, por isso, é um passo mais que se dá no combate à pandemia”, frisou.

A nível regional, já foram administradas, de acordo com o secretário regional da Saúde, 29.236 doses de vacinas contra a Covid-19: 650 no Corvo, 688 nas Flores, 1.966 no Faial, 1.680 no Pico, 1.564 em São Jorge, 786 na Graciosa, 8.280 na Terceira, 12.506 em São Miguel e 1.116 em Santa Maria.

“Vamos procurar que, até ao final de abril, e sob condição de chegarem as vacinas conforme previsto pelo Governo da República, tenhamos concluída a primeira fase de vacinação nos Açores”, sublinhou Clélio Meneses.

Os Açores têm atualmente 80 casos ativos de infeção, sendo 71 em São Miguel, sete no Pico e dois na Terceira.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 3.965 casos, tendo ocorrido 3.749 recuperações e 29 óbitos. Saíram da região sem terem sido dadas como curadas 67 pessoas e 40 comprovaram cura de anterior infeção.

Lusa/HN

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