“O cenário previsto de abrirem apenas as esplanadas ou em modo reduzido, até às 13:00, ao fim de semana, foi muito mal recebido pelo setor da restauração, o setor quer abrir de modo pleno”, lê-se num comunicado enviado pela associação.
Segundo a PRO.VAR, “o setor não tem condições, nem capacidade financeira para adotar a estratégia do ‘abre e fecha’” e os empresários querem “abrir com condições plenas”, caso contrário “’ameaçam’ fechar em sinal de protesto”.
No comunicado assinado pelo presidente, Daniel Serras, a associação refere que o setor da restauração “está mergulhado numa profunda crise” e considera que a estratégia que está a ser pensada pelo Governo para o desconfinamento, tanto quanto se conhece até ao momento, “irá ser a machadada final”, colocando a restauração num “perigoso limbo”.
A PRO.VAR deu também conta de ter estado reunida com o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, e com a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, na quarta-feira, num encontro onde foi feito um ponto de situação sobre a restauração.
“O cenário apresentado é de rotura, estamos a assistir à destruição do tecido empresarial, além das empresas do setor da restauração, na cadeia de valor, estão também os próprios fornecedores, que até agora ajudaram a ‘mascarar’ a insuficiência dos apoios, por moratórias forçadas, mas que agora já se esgotou”, alertou Daniel Serras.
A associação disse temer que o Governo “não tenha aprendido com os erros do passado” e, neste sentido, apresentou ao executivo uma proposta “que pretende definir “balizas” e “linhas vermelhas”, de modo a garantir a segurança, aumentar a confiança e permitir viabilidade dos negócios”.
O Conselho de Ministros reúne-se hoje para aprovar um plano do Governo de desconfinamento do país, o qual será gradual, diferenciado em termos de abertura de atividades e flexível em função de indicadores de risco.
Este plano deverá apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, em conferência de imprensa, no final da reunião do Governo, após a Assembleia da República votar a meio da tarde a proposta de decreto presidencial para a renovação do estado de emergência a partir de 17 de março.
Na quarta-feira, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, no final de uma reunião da Concertação Social, admitiu que algumas áreas abram antes da Páscoa, embora adiantando que o executivo ainda não sabe quais, porque “quer decidir de forma segura e informada, com base nas auscultações que tem feito”.
LUSA/HN
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