O cronograma apresentado pela União Química à tutela da Saúde prevê que 400 mil doses sejam entregues ao Brasil até ao final de abril, dois milhões em maio e 7,6 milhões em junho.
O imunizante russo, desenvolvido pelo instituto Gamaleya, ainda não tem autorização para uso de emergência ou registo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil).
“A farmacêutica também informou ao Ministério da Saúde que pretende fabricar vacinas em plantas [fábricas] que possui em São Paulo e no Distrito Federal, para atender a demanda nacional. A possibilidade será avaliada pela Saúde nas próximas semanas e poderá levar à concretização de outro acordo comercial”, indicou a pasta na rede social Twitter.
O anúncio do Ministério da Saúde surge um dia após os governadores da região nordeste do Brasil terem chegado a um acordo preliminar com o Fundo Soberano da Rússia para a aquisição da Sputnik V.
Segundo o governador da Bahia, Rui Costa, que tem sido o interlocutor das negociações com a Rússia, o ministro da Saúde disse ter interesse em fazer a compra de todas as doses possíveis da Sputnik V.
“O ministro [da Saúde, Eduardo Pazuello] informou que comprou as 10 milhões de doses da Sputnik e eu disse-lhe que, independentemente disso, nós vamos assinar o contrato. Ele falou então que o Ministério tem interesse em adquirir todas as doses que o fundo tiver disponível”, disse Costa em declarações à CNN Brasil.
“Falei para o ministro que faria essa intermediação, mas que pretendia comprar então 20 milhões de doses pois temo perder a oportunidade dessa compra”, frisou Rui Costa, acrescentando que o fundo russo teria 39 milhões de doses disponíveis para o Brasil.
Outras cidades brasileiras também anunciaram acordos independentes para a compra de doses do imunizante russo.
As compras anunciadas por governadores e prefeitos ocorrem após a sanção de uma lei federal no Brasil, que permite a compra por estados, municípios e pelo setor privado de vacinas contra a Covid-19.
A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”.
O Brasil aprovou ontem o registo definitivo da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca contra a Covid-19, que se junta assim ao imunizante da Pfizer.
Lusa/HN
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