Autoridades de saúde irlandesas recomendam suspensão da vacina AstraZeneca

14 de Março 2021

As autoridades de saúde irlandesas recomendaram este domingo a suspensão da administração da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 como "medida de precaução", após relatos de casos de formação de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas na Noruega.

O Comité do Programa de Vacinação na Irlanda recomendou esta medida, já em vigor em vários países, em nome do “princípio da precaução” a partir de hoje.

Esta recomendação foi emitida depois de um relatório da Agência Norueguesa de Produtos de Saúde ter reportado “quatro novos casos graves de coágulos sanguíneos em adultos” depois de terem recebido a vacina do laboratório anglo-sueco.

A Noruega, a Dinamarca e a Islândia anunciaram na quinta-feira a suspensão das injeções da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, invocando o princípio da “precaução” devido aos receios relacionados com a formação de coágulos sanguíneos.

A Bulgária fez o mesmo na sexta-feira e a Tailândia atrasou a sua campanha.

Já no início desta semana, a Áustria parou de administrar um lote de vacinas da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira, de 49 anos, devido a “graves problemas de coagulação” alguns dias após ter sido vacinada.

Em resposta, o grupo farmacêutico disse na sexta-feira que a sua vacina não implica qualquer “risco agravado” de formação de coágulos sanguíneos.

Com base “numa análise dos dados de segurança que abrangem mais de 10 milhões de casos registados, não encontrámos indícios de risco acrescido de embolia pulmonar ou trombose”, sublinha o laboratório em comunicado, acrescentando que, “de facto, os números deste tipo [de problemas médicos] são muito mais baixos nos que são vacinados em comparação com o que seria de esperar na população em geral”.

Também na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que “não há razão para não usar” a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, após a sua utilização ter sido suspensa em vários países europeus como medida de precaução.

“Sim, devemos continuar a utilizar a vacina da AstraZeneca. Não há razão para não a usar”, disse a porta-voz Margaret Harris, numa conferência de imprensa em Genebra.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) afirmou, no entanto, ser “provável” uma relação causal em pelo menos algumas das “41 notificações de possível anafilaxia [reação alérgica grave] entre cerca de cinco milhões de vacinações no Reino Unido”.

A EMA defende que as alergias graves devem ser adicionadas à lista de possíveis efeitos secundários da vacina, mas que esta permanece segura.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.640.635 mortos no mundo, resultantes de mais de 119 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

Ordem convida URIPSSA e URMA para debater situação dos enfermeiros das IPSS

A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE) formalizou esta semana um convite no sentido de requerer uma reunião conjunta entre a Ordem dos Enfermeiros, a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a União Regional das Misericórdias dos Açores.

SIM diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou esta sexta-feira que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights