Para a SPP, a suspensão da administração desta vacina foi uma decisão precipitada de alguns Estados, nomeadamente Portugal, e as dúvidas da população têm de ser entendidas, depois de um processo em que foram colocadas questões sobre a segurança “induzidas pelas autoridades competentes que agora pretendem efetuar essa coação sobre os cidadãos”.
Defendendo a sensibilização da população para a importância da campanha de vacinação, a sociedade científica afirmou, em comunicado, que acompanhou “com preocupação” a interrupção do processo de vacinação, devido às situações de distúrbios de coagulação ocorridas em pessoas previamente vacinadas com vacinas da AstraZeneca.
“Efetivamente, nunca foi emitida qualquer orientação nesse sentido por parte da organização reguladora europeia (EMA), responsável pela aprovação das vacinas no espaço europeu”, defendeu a SPP, acrescentando que a Organização Mundial da Saúde manteve sempre “a opinião de não haver informações suficientes” sobre a associação das alterações da coagulação sanguínea com a administração daquelas vacinas.
“Num processo profundamente escrutinado e de administração maciça de vacinas é natural que ocorram situações duvidosas, que têm necessariamente de ser avaliadas e abordadas de forma sensata pelos órgãos decisores”, escreveu a SPP no documento.
A SPP subscreve o conceito emitido pela ‘Task Force’ de que “o princípio no processo de vacinação é a não escolha da vacina, porque as vacinas aprovadas são igualmente boas e seguras”, mas não concorda com penalizações no âmbito deste processo.
“Os indivíduos a vacinar nesta primeira fase são aqueles que tem maior risco de, ao serem infetados, desenvolverem doença grave e de maior associação à mortalidade, o que torna esta decisão ainda mais grave e desajustada”, sustenta a Sociedade num parecer hoje divulgado.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou na quinta-feira que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) esclareceu “todas as dúvidas” sobre a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, considerando-a segura, e pediu a união dos Estados-membros em torno da Comissão Europeia.
De acordo com o coordenador da ‘task force’ do plano de vacinação, Henrique Gouveia e Melo, a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, anunciada em 15 de março, deixou por vacinar cerca de 120 mil pessoas.
O jornal Público noticia hoje que quem recusar a vacina da AstraZeneca vai para o fim da lista.
LUSA/HN
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