Senado do Brasil pede ajuda internacional e alerta para risco que país representa

24 de Março 2021

O Senado brasileiro aprovou na terça-feira uma moção a pedir ajuda à comunidade internacional para avançar na vacinação contra a Covid-19 e alertou que o país pode ser "um risco real para o mundo".

A petição será dirigida à ONU, à Organização Mundial da Saúde (OMS) e à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), assim como ao G20 [fórum internacional que integra Governos e governadores dos bancos centrais de 19 países e a UE], aos parlamentos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da China e aos laboratórios produtores de vacinas.

O documento destaca que esse pedido “ocorre num momento em que a sombra nefasta da morte paira sobre milhões de brasileiros e quando novas formas do vírus da covid-19” estão a converter-se “numa ameaça global”.

O texto acrescenta que, até ao momento, pouco mais de 5% dos 212 milhões de brasileiros foram vacinados e que o país enfrenta sérias dificuldades para garantir a continuidade do programa de imunização, devido aos problemas causados pela enorme procura no mundo.

Ainda assim, o Governo brasileiro garante ter acordos prévios para cerca de 500 milhões de doses de vacinas de vários laboratórios, que devem chegar ao país ao longo deste ano, o que para os senadores “poderá ser tarde”.

O documento revê a “situação dramática” do Brasil, que ultrapassou já a barreira das três mil mortes num só dia devido à Covid-19, e diz que o Senado “se vê obrigado” a fazer “um doloroso alerta: o avanço da pandemia no Brasil representa um risco real para o mundo”.

A moção, apresentada pela senadora Kátia Abreu com o apoio de 65 dos 81 membros da Câmara Alta, foi aprovada num momento em que o Brasil enfrenta a pior fase da pandemia, com hospitais em colapso na maioria do país, que é o segundo mais afetado pela Covid-19 no mundo, depois dos Estados Unidos.

Dados oficiais divulgados na terça-feira indicam que nas últimas 24 horas foram registadas 3.251 mortes e 82.493 infeções, com as quais o Brasil acumula já 298.676 óbitos e 12.130.019 casos da doença desde fevereiro de 2020.

LUSA/HN

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