“O projeto é inovador. Agora, é preciso pô-lo em prática, ir aperfeiçoando e, a partir daí, podemos replicá-lo com as lições aprendidas”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Together Portugal International, Ricardo Bordon.
O responsável explicou que o objetivo não é substituir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), nem a linha de emergência 112, mas sim ser um complemento, necessário sobretudo em tempos de pandemia de Covid-19.
“Vamos complementar com ações no terreno”, esclareceu, acrescentando que, neste momento, o projeto integra seis médicos e seis enfermeiros de várias especialidades e uma nutricionista.
Segundo Ricardo Bordon, as equipas estarão “disponíveis 24 horas por dia” e poderão atuar de imediato ou fazer “uma intervenção mais ao longo do tempo, como no caso de uma doença crónica ou de uma ferida que é preciso tratar no domicílio”.
“Infelizmente, neste momento, sentimos que o Serviço Nacional de Saúde está sobrelotado, sem dar uma capacidade de resposta imediata e muitas pessoas não têm médico de família. Nós estamos aqui para complementar a prestação dos cuidados dos utentes no âmbito das Obras Sociais”, sublinhou.
As Obras Sociais de Viseu são a entidade coordenadora de dois Contratos Locais de Desenvolvimento Social 4G (Viseu Comunidade de Afetos e Viseu Positivo) e responsável pelo Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social.
De 2016 até hoje, o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social de Viseu realizou 11.350 atendimentos e acompanhou 1.180 famílias com problemas como desemprego e insuficiência económica, incapacidade, deficiência ou outros problemas de saúde, ausência de habitação e violência doméstica.
O coordenador deste serviço, Mauro Oliveira, referiu que quem reside na cidade tem mais possibilidades de aceder a serviços de saúde “do que pessoas que residam em freguesias mais rurais”.
“Face às pessoas que nos encontramos a acompanhar, esta parceria integrada permitirá amenizar aquilo que é o contexto de algumas delas”, considerou.
O objetivo é que a resposta das equipas da Together Portugal International “seja ágil e adequada” e, caso não seja suficiente, “haverá o devido encaminhamento para as entidades responsáveis, como o SNS”, acrescentou.
Este projeto surgiu no âmbito da Link Social Viseu, uma linha de informação e orientação criada para os dois CLDS 4G. Esta linha visa informar pessoas em situação de crise sobre direitos, apoios e prestações sociais, serviços e respostas públicas, sociais ou comunitárias e encaminhá-las para os serviços adequados.
LUSA/HN
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