Epidemia de SIDA pode ser extinta até 2030 se houver investimento

9 de Abril 2021

A ONUSIDA publicou um novo relatório que mostra a vantagem de se investir plenamente na resposta ao VIH.

Se, até 2025, fossem investidos 29 mil milhões de dólares norte-americanos por ano na resposta ao VIH nos países de baixo e médio rendimento, o mundo estaria em condições para acabar com a epidemia de SIDA até 2030.

O investimento, realizado tanto por dadores como pelos países mais ricos e mais afetados pela pandemia do VIH, permitiria reduzir drasticamente as infeções anuais pelo VIH  – de 1,7 milhões em 2019 para 370.000 até 2025 – e as mortes anuais relacionadas com a SIDA, de 690.000 em 2019 para 250.000 em 2025. O número de novas infeções por VIH em crianças poderia baixar de 150.000 em 2019 para menos de 22.000 em 2025.

Em 2016, os países concordaram em investir 26 mil milhões de dólares na resposta ao VIH para 2020, na declaração política das Nações Unidas sobre VIH e SIDA. Os recursos, em países de média e baixo rendimento atingiram o seu máximo em 2017, mas começaram a diminuir em 2018, com apenas 19,8 mil milhões de dólares disponíveis em 2019, cerca de 76% da meta de 2020.

Como resultado, não se alcançou nenhuma das metas globais do programa definidas para 2020. E o fracasso em atingir essas metas teve um custo humano trágico: entre 2015 e 2020, 3,5 milhões de pessoas foram infetadas pelo VIH e 820 mil morreram por doenças relacionadas com a SIDA.

O facto de não ter sido atingida nenhuma das metas para 2020, fará com que se tenha de gastar mais, até um máximo de 29 mil milhões de dólares até 2025. Os investimentos serão destinados a diferentes áreas. Haverá um aumento substancial dos investimentos em serviços de prevenção do VIH, que quase duplicará (de 5,3 mil milhões de dólares estimados em 2019 para 9,5 mil milhões até 2025), com foco particular nos principais grupos populacionais, para deter os 1,7 milhões de novas infeções pelo VIH que ainda ocorrem a cada ano.

A ONUSIDA estima ainda que podem ser obtidos enormes benefícios com a expansão do tratamento do VIH a um baixo custo financeiro adicional. As previsões mostram que um aumento de 17% (1,3 mil milhões de dólares) nos recursos destinados à realização de testes e tratamentos até 2025, aumentaria em 35% o número de pessoas a receberem tratamento.

O investimento em facilitadores sociais – ou seja, fatores enraizados na sociedade como um todo que mudam a eficácia dos programas do VIH: acesso à justiça e reforma legal, estigma e discriminação e igualdade de género, incluindo violência de género – mais do que vão duplicar, passando de 1,3 mil milhões em 2019 para 3,1 mil milhões em 2025.

“Não devemos repetir os erros do passado”, assinala José  A.  Izazola, assessor de Recursos e Finanças da ONUSIDA. “Esta é a hora de investir.”

NR/AG/AO

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