O município de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, integra uma lista de 13 concelhos que atingiram a barreira dos 120 casos por 100 mil habitantes e que, apesar de avançarem para a próxima fase de desconfinamento, estão em situação de alerta e com uma particular atenção no controlo da pandemia de covid-19 nos próximos 15 dias.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia, Alberto Mesquita (PS), justificou esta situação com a ocorrência de surtos da Covid-19 em dois estabelecimentos de ensino em Alverca do Ribatejo e na Póvoa de Santa Iria.
“Isso veio desequilibrar os números e os números estavam absolutamente controlados e muito abaixo dos 120 por 100 mil habitantes. Aquilo a que eu apelei ainda hoje é que temos todos, mais uma vez, de dar as mãos e cumprir as regras que estão instituídas em termos sanitários”, sublinhou.
Nesse sentido, o autarca chamou a atenção para a necessidade de proceder à higienização das mãos e à utilização da máscara nos espaços públicos, nomeadamente naqueles que são mais frequentados, como os jardins e o passeio ribeirinho.
“Estamos muito longe de este processo estar terminado, mas, de qualquer forma, o processo de vacinação que está em curso no concelho abre-nos boas perspetivas para que até ao verão uma parte significativa da nossa população esteja vacinada”, apontou.
Relativamente aos retrocessos no processo de desconfinamento, Alberto Mesquita defendeu que estes devem ser aplicados em termos de freguesias e não abranger a totalidade dos concelhos.
“Eu julgo que deveria ser avaliada como foi quando a Área Metropolitana de Lisboa teve uma situação bastante grave, em que a avaliação não foi feita no território todo de um concelho, mas por freguesias. Nós temos freguesias no nosso concelho em que a expressão é quase insignificante em termos de pessoas infetadas”, argumentou.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Vila Franca de Xira é um dos 13 concelhos em situação de alerta porque atingiu a barreira dos 120 casos por 100 mil habitantes, à semelhança dos municípios de Aljezur, Almeirim, Barrancos, Mêda, Miranda do Corvo, Miranda do Douro, Olhão, Paredes, Penalva do Castelo, Resende, Valongo, e Vila Nova de Famalicão.
Por outro lado, seis concelhos – Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela – continuam com uma taxa de incidência acima do limite dos 120 casos e, por essa razão, mantêm as regras e restrições em vigor na segunda fase do desconfinamento, hoje em vigor.
No mapa de maior risco estão os concelhos de Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior, que continuaram a apresentar mais de 240 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, o que obriga a implementar as regras anteriores a esta fase do desconfinamento, entre as quais o encerramento das esplanadas, das lojas até 200 metros quadrados com porta para a rua, dos ginásios e dos museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.
Segundo António Costa, nestes quatro municípios, com uma incidência de 240 casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, volta a estar em vigor a proibição de circulação interconcelhia “e, portanto, as pessoas têm o dever de se manter no seu concelho, com as exceções que são conhecidas, em particular a necessidade de terem de ir trabalhar ou de dar apoio a qualquer familiar”. A medida aplica-se todos os dias da semana.
As lojas entretanto abertas terão de funcionar apenas com venda ao postigo e as esplanadas também voltam a fechar.
No entanto, as escolas continuam a funcionar presencialmente e também voltam ao ensino presencial os alunos do ensino secundário e do ensino superior – como no resto do continente português -, porque as “medidas relativas ao sistema educativo serão sempre medidas de âmbito nacional”, explicou o primeiro-ministro.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 2.987.891 mortos no mundo, resultantes de mais de 139 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.937 pessoas dos 829.911 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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