Alemanha negoceia compra de trinta milhões de doses da vacina russa

22 de Abril 2021

A Alemanha está a negociar a compra de trinta milhões de doses da vacina russa contra a Covid-19 Sputnik V, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro do estado federado da Saxónia, Michael Kretschmer.

“A Alemanha está a negociar a compra de três remessas de 10 milhões de doses em junho, julho e agosto”, afirmou na sua conta do Twitter, depois de uma reunião com o ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko.

A condição para o negócio se concretizar “é uma rápida aprovação da Agência Europeia do Medicamento”, acrescentou.

No entanto, o porta-voz do Ministério da Saúde, Hanno Kautz, esclareceu que neste momento os dados disponíveis não são suficientes para uma aprovação, da qual a compra está dependente.

“Se há pedidos ou quando chegam depende do momento em que seja feita a aprovação e depende da quantidade e qualidade dos dados que ainda não estão disponíveis. Até agora, os dados disponíveis não são suficientes”, afirmou Kautz ao jornal alemão Bild.

A notícia dessa negociação é conhecida quando a Alemanha considera eliminar os critérios de prioridade para aplicar a vacina a partir de finais de maio ou início de junho, sem necessidade de recorrer à Sputnik V, segundo o mesmo diário.

O Bild, que refere conversas internas entre representantes do Governo da chanceler, Angela Merkel, e dos estados federados, destaca que a Alemanha espera ter um volume de vacinas suficiente para poder renunciar a vacinação por grupos de risco.

O ministro da Chancelaria, Helge Braun, confirmou em declarações ao jornal que a vacinação por turnos prioritária pode ser suspensa, provavelmente a partir “de final de maio” ou “início de junho”.

Esse assunto vai ser tratado na próxima reunião, em 26 de abril, entre a chanceler, Angela Merkel, e as entidades regionais sobre a estratégia de vacinação, indica o jornal, que acrescenta que a farmacêutica biotecnológica BioNTech, que desenvolveu com a Pfizer uma das vacinas, espera que nas próximas semanas não haja necessidade de seguir critérios de prioridade.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.046.134 mortos no mundo, resultantes de mais de 142,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

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