O “Eurobarómetro de Inverno”, conduzido nos 27 Estados-membros entre fevereiro e março passado e cujos primeiros resultados foram hoje publicados em Bruxelas, revela que a maioria dos europeus estão insatisfeitos com a resposta da União Europeia à crise da Covid-19, já que 49% consideram-na insatisfatória e 43% satisfatória.
Em Portugal, 66% dos inquiridos afirmam-se satisfeitos com as medidas adotadas ao nível europeu para lutar contra a pandemia, o terceiro valor mais alto da UE, apenas superado por Dinamarca (68%) e Lituânia (67%), enquanto, no extremo oposto da lista, os cidadãos mais críticos relativamente à resposta da UE são os gregos (apenas 31% de satisfação), franceses (32%) e alemães (33%).
No entanto, quando confrontados com a mesma questão mas relativamente às medidas adotadas a nível nacional, a satisfação dos portugueses cai para os 49%, ficando em maioria (51%) aqueles que se dizem “insatisfeitos” com as medidas do Governo, neste caso mais em linha com a média europeia (56% de “insatisfeitos” e apenas 43% de “satisfeitos”).
Os cidadãos mais satisfeitos com a resposta dada pelas respetivas autoridades nacionais são os dinamarqueses (79%), luxemburgueses (73%) e holandeses (71%), e os mais insatisfeitos os letões (21%), checos (24%) e eslovacos (25%).
Portugal é o Estado-membro onde se regista uma maior confiança na UE “para tomar boas decisões no futuro” relativamente ao combate à pandemia da Covid-19, com 89% dos inquiridos a afirmarem-se confiantes, o valor mais alto entre os 27 de forma destacada, 10 pontos à frente do segundo país (Malta, com 79%) e muito acima da média europeia (59%).
Este “Eurobarómetro” revela, de resto, que os portugueses são os cidadãos europeus que atualmente mais confiam na União Europeia em termos globais (78%), graças a uma subida de 22 pontos face à anterior consulta, realizada no verão de 2020, seguidos de irlandeses (74%) e lituanos (70%).
Os cidadãos europeus menos confiantes na UE são os gregos (37%), cipriotas e franceses (39% em ambos os casos).
Portugal é também o Estado-membro onde se regista um maior apoio à moeda única, com 95% dos inquiridos a manifestarem o seu apoio ao euro, à frente de Eslovénia (94%) e Irlanda (91%), enquanto os países onde o euro é mais impopular são a Suécia (25%) e a Dinamarca (32%).
No entanto, os portugueses são os mais pessimistas quanto ao ritmo da retoma no respetivo país, com 82% dos inquiridos a considerarem que a economia portuguesa só se recomporá do impacto da pandemia em 2023 ou mais tarde.
A nível dos 27 Estados-membros, 61% dos inquiridos também não antecipam uma plena recuperação económica antes de 2023, 23% acreditam que a mesma ocorrerá em 2022, e somente 5% confiam que sucederá ainda este ano.
Em Portugal, o inquérito foi conduzido junto de 1.100 pessoas, entre 12 de fevereiro e 08 de março, pela Marktest.
LUSA/HN
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