Autarca de São Teotónio considera que fim da cerca sanitária é “alívio” mas não compensa

12 de Maio 2021

O presidente da junta de São Teotónio, Dário Guerreiro, manifestou-se esta terça-feira aliviado pelo levantamento da cerca sanitária devido à Covid-19 na sua freguesia, no concelho de Odemira (Beja), mas lamentou a implementação da medida.

“Sinto um sentimento de alívio, como é óbvio, mas este sentimento de alívio acaba por não compensar todos estes dias que estivemos aqui, dentro desta cerca sanitária”, afirmou, em declarações à agência Lusa.

Para o presidente da Junta de Freguesia de São Teotónio, o anúncio do levantamento da cerca sanitária, a partir das 24:00, feito hoje, na sede de concelho, pelo primeiro-ministro, António Costa, não “deveria sequer ter tido lugar”.

“Porque isso significaria que não teríamos tido esta cerca sanitária, em primeira instância”, acrescentou.

Numa cerimónia no Cineteatro Camacho Costa, em Odemira, no distrito de Beja, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou ontem o levantamento da cerca sanitária, a partir das 00:00 de esta quarta-feira, que estava em vigor em duas freguesias daquele concelho – São Teotónio e Longueira-Almograve.

“Hoje [terça-feira] durante a tarde reunimos um Conselho de Ministros eletrónico que já está concluído e portanto foi decretado o levantamento da cerca sanitária a partir das 24:00 de hoje nestas duas freguesias”, afirmou o chefe de Governo.

O primeiro-ministro falava poucos depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dito que tinha sido informado por António Costa do fim das restrições naquele concelho do litoral alentejano.

Para o autarca de São Teotónio, agora, “há que olhar” e “seguir em frente, ter calma e coragem para reerguer a imagem” do território.

Isto porque, na sua opinião, a imagem do território local “ficou danificada, nestes últimos dias”, devido à cerca sanitária decretada pelo Governo, no dia 29 de abril, tendo entrado em vigor no dia seguinte.

Na altura, a medida, aprovada em Conselho de Ministros, deveu-se à elevada incidência de casos de Covid-19, sobretudo naquelas duas freguesias e em trabalhadores do setor agrícola, muitos deles imigrantes, segundo justificou na altura o Governo

Na sua intervenção, o primeiro-ministro indicou que o Governo recebeu ontem de manhã uma comunicação do coordenador de saúde pública do Litoral Alentejano a dar conta de que “a maior parte” dos casos atuais de Covid-19 corresponde “a cadeias de transmissão já identificadas”, que não há transmissão comunitária e a propor o fim da cerca.

António Costa frisou que, nos cerca de 15 dias em que vigorou a cerca sanitária, este território registou uma “diminuição muito significativa do ritmo de transmissão”, mas alertou que a decisão do Governo “não significa que o problema tenha desaparecido”.

O Conselho de Ministros, em comunicado divulgado após a reunião de ontem, revelou que “decidiu o Governo alterar as medidas de restrição da circulação” nas duas freguesias em Odemira “que estavam em vigor desde 30 de abril”.

A decisão atendeu “à evolução positiva da situação epidemiológica verificada naquelas freguesias, decorrente em grande medida da implementação de mecanismos para a mitigação das dificuldades que o elevado grau de mobilidade e as dinâmicas próprias daquela zona geográfica criavam no combate à propagação do vírus SARS-CoV-2”, pode ler-se no comunicado.

LUSA/HN

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