Variante associada à Índia representa quase 5% dos casos no país

28 de Maio 2021

A variante do SARS-CoV-2 associada à Índia representa quase 5% dos casos de Covid-19 em Portugal, estando já em nove distritos e 13 concelhos do país, revelou esta sexta-feira o investigador do INSA João Paulo Gomes.

A variante associada à Índia, considerada de preocupação, apareceu “numa altura em que a população portuguesa já tinha um considerável grau de imunidade” e foi “um bocadinho surpreendente para todos”, disse o investigador, adiantando que, não havendo casos em abril, de repente, em maio, está “com quase 5% dos casos Covid-19 em Portugal”.

João Paulo Gomes falava na reunião de peritos do Infarmed, em Lisboa, à qual assistem o Presidente da República, o primeiro-ministro e membros do executivo, a primeira depois do fim do estado de emergência.

Segundo João Paulo Gomes, dos 800 genomas já sequenciados em maio, 4,6% estão associados a esta variante indiana, o que representa 37 casos confirmados, mas segundo estimativas podem atingir os 160 casos.

Apesar de serem estimativas, o investigador considerou que são “bastante robustas”, sendo “expectável que esta variante esteja a ser disseminada na comunidade e que exista já transmissão comunitária”.

“Estes 37 casos são apenas os confirmados laboratorialmente. Naturalmente, estamos a falar de muito mais”, disse, acreditando que a variante esteja em “muito mais distritos” dos que os nove apontados, o que indica “a necessidade de um controlo rigoroso de fronteiras”.

De acordo com o investigador, os casos desta variante estão sempre associados a viagens à Índia, Nepal e Bangladesh, defendendo por isso um controlo rigoroso das fronteiras.

João Paulo Gomes explicou que existem três variantes detetadas na índia, mas a que está a circular maioritariamente é a única apelidada de “variante de preocupação” pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, sigla em inglês).

Há ainda nove casos associados a outra variante detetada na Índia que “também causa preocupação”, mas não ao mesmo nível da anterior .

“O número de introduções foi muito elevado e dá para perceber também que estas introduções foram causadas por pessoas que foram à Índia e ao Nepal”, salientou o investigador.

João Paulo Gomes advertiu que “as novas variantes vão continuar a existir, principalmente enquanto a situação de alguns países não estiver mais controlada, e, com a abertura das fronteiras”, essas variantes irão circular também em Portugal.

LUSA/HN

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