Projeto de telemedicina na área da neurocirurgia é o grande vencedor do BI Award for Innovation in Healthcare

31 de Maio 2021

Já são conhecidos os projetos vencedores do BI Award for Innovation in Healthcare 2021, divulgados na passada sexta-feira, no evento final na Ordem dos Médicos, em Lisboa.

A equipa GLIA, do Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), foi a grande vencedora, com um projeto sobre telemedicina entre um centro hospitalar de referência, na área de neurocirurgia, e diversas instituições da sua área de influência, que visa otimizar os cuidados prestados aos doentes e, ao mesmo tempo, otimizar os recursos económicos e temporais para os profissionais de saúde e doentes.

O grupo do serviço de neurocirurgia do CHUP propõe criar, no serviço de neurocirurgia, uma sala de teleconsulta, com integração online através de uma plataforma digital, que permita uma comunicação atempada e imediata com os cuidados de saúde primários, rede de cuidados continuados e cuidados paliativos e restantes centros hospitalares da área de influência com equipamento tecnológico e espaço físico apropriados.

O projeto foca-se na dor lombar, patologia com impacto alargado na população e que se traduz em perda de qualidade de vida e em absentismo. O objetivo é melhorar a resposta aos doentes, reduzindo o número de deslocações e a dispersão de consultas e meios complementares de diagnóstico e terapêutica. A ideia é que o projeto piloto valide as premissas do projeto e que este venha a ser alargado a mais patologias, especialidades e zonas do país.

“Sistema de Informação para apoio ao cuidador informal e ao utente – Uma abordagem integrativa em Hospitalização Domiciliária” é o nome do projeto da equipa MyDHU, que ficou em segundo lugar. Um projeto que pretende otimizar o atual serviço de hospitalização domiciliária com recurso a tecnologias de informação e comunicação (TIC), facilitando a comunicação entre os diferentes prestadores de cuidados e, sobretudo, entre estes e os utentes e os cuidadores informais. Através da aplicação que o projeto vai desenvolver, será possível registar vários dados de saúde do doente e introduzir evoluções diárias, bem como colocar dúvidas a que a equipa de saúde procurará dar resposta. O projeto quer também promover a literacia dos cuidadores informais, ensinando por via virtual temas relevantes, como técnicas de mobilização do doente, medição da pressão arterial ou do oxigénio.

Em terceiro lugar ficou a equipa Safer, com uma proposta de identificação pró-ativa para Referenciação Rápida e Segura de doente não COVID, que une os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares e que recorre a business intelligence para a priorização clínica dos utentes. A equipa do projeto quer mitigar os efeitos da pandemia na acessibilidade aos cuidados de saúde e propõe a construção de uma ferramenta que permita identificar os doentes que ficaram para trás, chamando-os pró-ativamente para consultas nos centros de saúde e nos hospitais. O projeto vai focar-se sobretudo nas doenças crónicas não transmissíveis, isto é, nas pessoas com dislipidemia, hipertensão, diabetes e obesidade, entre outros exemplos, ou em risco de desenvolver estas patologias.

Os projetos vencedores, escolhidos pelo júri, além de um prémio monetário, deverão ser integrados num ecossistema adequado à sua aplicação, que permitirá a contribuição direta para a sociedade e a saúde dos portugueses.

O objetivo da Boehringer Ingelheim com este prémio “era, e é, melhorar a vida dos portugueses, melhorando a sua saúde. Queremos um Sistema de Saúde mais forte e mais eficaz, capaz de dar resposta às muitas solicitações”, refere Vanessa Jacinto, Head of Market Access & Public Affairs da Boehringer Ingelheim Portugal.

“Com este concurso de ideias inovadoras, e muito em particular com estes três projetos vencedores, reforçamos que a inovação não é algo distante e que é possível ser desde já implementada nos nossos serviços de saúde, com efeitos rápidos e práticos na vida das pessoas. As boas ideias existem, unem os profissionais de saúde, muitas delas vêm mesmo de quem está no terreno e que quer encontrar melhores respostas para os doentes que protege e de quem cuida todos os dias. É crítico que o Serviço Nacional de Saúde acarinhe esta vontade de fazer diferente, pelo que a valorização do capital humano significa só por si, mas sobretudo porque são ideias que melhoram a qualidade de vida dos nossos doentes”, destaca o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

O BI Award for Innovation in Healthcare, uma iniciativa da Boehringer Ingelheim, com o apoio institucional da Ordem dos Médicos, contou com um número recorde de candidaturas: mais de 100 equipas apresentaram projetos diferenciadores e inovadores para apoiar a retoma dos cuidados de saúde e o sistema de saúde em Portugal. Durante o período de Hackathon, o modelo de trabalho colaborativo escolhido para este projeto, foram realizadas mais de 260 sessões, mais 1500 interações nas salas de trabalho e somaram-se mais de 400 horas de trabalho.

PR/HN/Rita Antunes

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