“Isto mostra bem o quanto esta trágica oportunidade da pandemia fez pelo desenvolvimento da telesaúde”, afirmou Narta Temido, na cerimónia de abertura do eHealth Summit, um evento sobre inovação e transformação digital em saúde organizada pelo Ministério da Saúde no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Marta Temido sublinhou ainda que, com as exigências impostas pela pandemia, o Serviço Nacional de Saúde conseguiu modernizar-se, “garantindo uma panóplia de respostas que vão para além do aconselhamento terapêutico”.
Destacou a necessidade de retirar o máximo proveito do avanço conseguido a nível digital na saúde, apontando a telemonitorização e o trabalho desenvolvido com a plataforma “Trace Covid”, que tem permitido o registo e a gestão e vigilância clínica dos cidadãos suspeitos de Covid-19 pelas equipas de saúde pública e pelos médicos de família.
“A pandemia não era apenas previsível, mas era prevista”, disse Marta Temido, para quem as “ondas de choque” não se podem converter em “demagogia e populismos”.
“Para que saiamos com lições aprendidas e com modelos de desenvolvimento social e económicos mais robustos, resilientes e coesos e para que possamos não só estar mais bem preparados tecnologicamente e cientificamente para novas emergências, mas socialmente mais coesos para as enfrentar”, afirmou.
Também neste encontro, a diretora-geral da saúde, Graça Freitas, aproveitou o Dia Mundial da Criança, que hoje se assinala, para destacar que Portugal alcançou no ano passado a taxa de mortalidade mais baixa de sempre, com 2,4 mortes por mil nascimentos, e sublinhar a importância do Programa Nacional de Vacinação (PNV).
Graça Freitas insistiu na importância do PNV, lembrando que, apesar da pandemia, o Serviço Nacional de Saúde “foi capaz de manter as atividades de prevenção da saúde”.
“Em 1965, o programa nacional de vacinação não tinha a tecnologia, mas tinha o sistema neurológico já pensado”, disse Graça Fretas, que falava depois de o coordenador da ‘task-force’ para o plano de vacinação contra a Covid-19 ter afirmado que colocar no terreno toda a logística de forma ordenada e controlada tem sido “um grande e complexo desafio”.
“Não é fácil vacinar entre 80 mil a 100 mil pessoas por dia”, afirmou Henrique Gouveia e Melo.
O responsável disse ainda que em todo o processo de vacinação contra a Covid-19 a tecnologia é como que “o sistema nervoso central”.
“Se a troca de dados e informação não existissem e o processo de agendamento não corressem de forma estruturada era muito difícil fazer o processo”, acrescentou.
LUSA/HN
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