O estudo, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (UNESP), aponta que 60 mil mortes poderiam ter sido evitadas nos últimos três meses caso o ritmo de vacinação fosse mais acelerado no Brasil, país com 212 milhões de habitantes.
A projeção foi feita através de dados reais do Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19 do primeiro trimestre do ano.
Prevendo que o ritmo da imunização no Brasil acelere nas próximas semanas, os responsáveis pelo estudo acreditam que, pelo menos, 10 mil vidas possam ainda ser salvas por mês até agosto.
“Se nós conseguirmos aplicar, tivermos a possibilidade de aplicar, até dois milhões de doses por dia até ao final de agosto, poderemos evitar 30 mil óbitos no Brasil. O equivalente a 10 mil óbitos por mês”, disse à rede Globo o cientista de dados e matemático da Usp/Unesp Wallace Casaca.
“Isso porque, por conta de estarmos a caminhar, está a aumentar a nossa capacidade de vacinação, embora ainda muito lento, moroso o processo, mas nós podemos ainda salvar 30 mil óbitos”, avaliou o especialista.
Pelo menos nove das 27 unidades federativas do Brasil anteciparam as datas de vacinação contra a Covid-19 nas suas regiões, como é o caso de São Paulo, o estado mais populoso do país, que antecipou em 30 dias o calendário de imunização.
Para especialistas em saúde, a maneira mais rápida de superar a pandemia do novo coronavírus é com a vacinação em massa e seguindo os protocolos sanitários.
A vacinação continua a avançar lentamente no país devido à falta de doses e apenas um quarto da população foi vacinada com uma dose do antídoto, enquanto pouco mais de 11% receberam a dosagem completa.
Além disso, dados oficiais mostram que cerca de 4,4 milhões de pessoas deixaram de tomar a segunda dose dos imunizantes dentro do prazo recomendado no Brasil.
Neste momento, o Brasil totaliza 487.401 vítimas mortais e 17,4 milhões de casos de infeção, sendo um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo e com especialistas a preverem uma terceira vaga da pandemia nas próximas semanas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.805.928 mortos no mundo, resultantes de mais de 175,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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