“Foram descobertos hoje [terça-feira] vários casos [de covid-19] no ‘call center’ de Moscavide, que pertence ao grupo CUF. O que sabemos é que já há alguns meses eles têm à volta de 70 a 80 pessoas a trabalhar no local, mesmo durante este período em que há obrigatoriedade de teletrabalho em funções compatíveis”, explicou à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de ‘Call Center’ (STCC), José Abrantes.
Em resposta à agência Lusa, a CUF refutou “integralmente as acusações do Sindicato dos Trabalhadores de Call Center – Tás Logado (STCC)”.
O dirigente sindical salientou que as funções desempenhadas no ‘call center’ instalado em Moscavide, concelho de Loures, distrito de Lisboa, “são compatíveis com o teletrabalho”.
“Estamos a falar de duas questões que na prática não estão a ser cumpridas e o grupo é reincidente nesta questão, e no mesmo local, ainda para mais”, frisou.
O sindicalista apontou ainda ter relatos que referem que o “distanciamento nas áreas comuns do edifício e as medidas de higiene não estão a ser as melhores”, apesar de salientar que o sindicato não tem como “confirmar em primeira mão estas questões”.
José Abrantes vincou também que a CUF é “reincidente nesta situação” após em julho do ano passado “terem sido detetados quatro casos positivos no mesmo ‘call center’”.
“[Na altura] Denunciámos a situação à DGS [Direção Geral da Saúde] e quando a obrigatoriedade do teletrabalho voltou fizemos uma denuncia à ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho], mas acabou por não dar em nada, pois após inspeção o grupo CUF indicou que não tinha condições técnicas para fornecer computadores a todos os trabalhadores e mantiveram os trabalhadores naquela situação”, contou.
Na resposta à Lusa, a CUF garante que “cumpre escrupulosamente todas as regras relativas ao teletrabalho em todas as funções que o permitem e sempre que não seja colocada em causa a capacidade de resposta a quem necessita de cuidados de saúde”.
A empresa disse ainda que tem mantido, ao longo da pandemia, “rigorosas medidas e procedimentos de controlo e segurança, para garantir a proteção dos colaboradores, nomeadamente desfasamento de turnos, medição de temperatura, atribuição de material de proteção individual e higienização regular das instalações”, num esforço que tem sido “realçado pelas autoridades que supervisionam as condições de trabalho”.
A CUF refutou, também, a denúncia de existência de casos de Covid-19 com origem no seu Call Center de Lisboa.
LUSA/HN
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