Açores garantem condições para 2.ª dose de vacina nas ilhas sem hospital

22 de Junho 2021

O Serviço Regional de Saúde dos Açores tem condições para administrar, sem recorrer à ajuda de militares, a segunda dose de vacinas contra a Covid-19 nas ilhas sem hospital, garantiu esta terça-feira o responsável governamental da tutela na região.

“Com a capacidade instalada, com a bolsa da Ordem dos Enfermeiros já disponível e com o conhecimento adquirido durante esta primeira volta [em que elementos da Task Force de vacinação do Continente estiveram na região numa operação de vacinação em massa nas ilhas sem hospital], temos condições para, com os meios locais, garantir que essa segunda volta se faça com o mesmo sucesso”, avançou, em declarações à Lusa, o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses.

Entre 06 e 20 de junho, a Operação Periferia promoveu uma vacinação em massa contra a Covid-19 em cinco das seis ilhas sem hospital nos Açores (no Corvo já tinha decorrido em fevereiro e março), com a colaboração de uma equipa de nove militares (seis enfermeiros, dois médicos e um farmacêutico), disponibilizada pelo Ministério da Defesa Nacional.

A segunda dose das vacinas da Pfizer começa a ser administrada este fim de semana na ilha de Santa Maria, onde arrancou a Operação Periferia, mas já sem a equipa militar e com a colaboração da Ordem dos Enfermeiros.

Segundo o presidente da secção regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros, Pedro Soares, foi criada uma bolsa de enfermeiros disponíveis para colaborar no processo de vacinação contra a Covid-19 na região, em serviço extraordinário, que já integra “cerca de 200 profissionais”.

“A bolsa está ativada. Neste momento, a Ordem dos Enfermeiros tem estado em contacto com algumas instituições no sentido de colaborar em alocar alguns destes enfermeiros da bolsa. Já há um planeamento no terreno e um contacto com alguns colegas para que sejam colocados”, avançou.

Para já, foram contratados “cerca de 30” enfermeiros para reforçar a vacinação contra a Covid-19 nas ilhas Terceira e São Miguel (as duas com mais população), mas Pedro Soares defendeu que os profissionais da bolsa, maioritariamente dessas duas ilhas, serão “fundamentais” na administração da segunda dose nas ilhas sem hospital (Santa Maria, Flores, Graciosa, São Jorge e Pico).

“As ilhas mais pequenas estão praticamente ou no limite, ou um pouco abaixo do limite, do que deviam ser as suas dotações”, justificou.

Antes do arranque da Operação Periferia, o Governo Regional previa que existissem 13.258 pessoas com mais de 16 anos por vacinar nas ilhas sem hospital.

Foram vacinadas 6.700 pessoas e o secretário regional da Saúde fez um “balanço muito positivo” da operação, assegurando que, com exceção da ilha das Flores, foi possível atingir 70% de população vacinada com pelo menos uma dose.

“A única dúvida que temos é a ilha das Flores. Nas outras ilhas está garantido que conseguimos, nos planos definidos, alcançar a imunização e vamos fazer um esforço para que a ilha das Flores também acompanhe este processo, com o esforço das entidades de saúde locais e sobretudo das pessoas”, adiantou.

Segundo Clélio Meneses, para além das recusas, registadas “de forma mais significativa” na ilha das Flores, a taxa de vacinação mais baixa do que o inicialmente previsto justifica-se com o facto de alguns residentes estarem fora da ilha na altura em que decorreu a Operação Periferia e com o facto de os estudantes ainda não terem regressado a casa.

“Esperamos que, quando se fizer a segunda volta desta operação, alguns que não aceitaram ser vacinados na primeira fase sejam vacinados agora e que, com a chegada dos estudantes, consigamos alcançar os 70%”, salientou, referindo-se à ilha das Flores.

O executivo açoriano tinha apresentado uma calendarização para o levantamento das medidas restritivas, consoante as ilhas fossem atingindo a imunidade de grupo (14 dias após a vacinação completa de 70% da população), mas a data da ilha das Flores (15 de julho) terá de ser revista.

LUSA/HN

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