“Portugal encontra-se, neste momento, claramente na zona vermelha da nossa matriz, pelo que não existem condições para prosseguir o plano de desconfinamento que estava previsto”, afirmou Mariana Vieira da Silva, no final do Conselho de Ministros.
Segundo disse, a incidência de novos casos de infeção por cem mil habitantes está, atualmente, nos 129,6 e o índice de transmissibilidade do vírus (Rt) nos 1,18 no território continental.
Em conferência de imprensa, Mariana Vieira da Silva considerou ainda que o agravamento da situação não significa que se “possa falar num descontrolo total” da pandemia de covid-19, uma vez que em “muitos territórios do país” se verifica uma incidência baixa de novos casos.
“O que temos é a necessidade de responder cedo a um crescimento e é isso que estamos a procurar fazer”, disse a governante, ao recordar que, de acordo com estudos publicados, a variante Delta, associada à Índia, tem “um papel importante nos países onde tem uma presença grande”, como o Reino Unido e Portugal.
De acordo com a ministra de Estado e da Presidência, o aumento dos contactos sociais e a retoma gradual da normalidade, no âmbito das várias fases de alívio das restrições, “teria sempre como efeito o aumento do número de casos”, mas “não era expectável que fosse tão elevado” como os últimos dados indicam.
Mariana Vieira da Silva afirmou ainda que o Governo tinha apresentado o plano de desconfinamento, que arrancou a 15 de março, como uma validade até ao final de agosto, e “essa é, neste momento, a decisão” do executivo.
“Se me pergunta se houver um agravamento da pandemia, se podemos novamente olhar para a matriz, obviamente que sim”, avançou a ministra na conferência de imprensa onde foram anunciadas novas medidas para controlo da pandemia de covid-19.
Em Portugal, morreram 17.079 pessoas e foram confirmados 869.879 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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