CENS/CIP diz que Governo “asfixia financeiramente” o SNS

28 de Junho 2021

O Conselho Estratégico Nacional da Saúde da CIP acusou hoje o Governo de asfixiar financeiramente o SNS, considerando a execução orçamental até maio “extraordinariamente deficitária”.

No comunicado de imprensa, o Conselho Estratégico Nacional da Saúde da Confederação Empresarial de Portugal (CENS/CIP) volta a apelar a que se equacione a apresentação de um Orçamento Suplementar para 2021 que contemple as “reais necessidades” do SNS e um plano para recuperar a atividade assistencial e reduzir as listas de espera.

O CENS/CIP considera “injustificável que as contas publicadas revelem um défice (377 milhões de euros) muito superior ao previsto e uma inédita redução do financiamento (-2,5%)”, apresentando de seguida dados da Direção Geral do Orçamento (DGO) que “comprovam um agravamento da situação financeira do SNS, com um défice de 377 milhões de euros, que piorou 112 milhões de euros só no mês de maio”.

O Conselho mostra-se também preocupado com a “redução do investimento do SNS, que nos primeiros 5 meses de 2021 cai 30% face ao mesmo período de 2020”, e diz que a “maior surpresa nas contas deste mês é a insólita redução de receita”, cujo valor acumulado até maio cai 2,5% face ao período homólogo.

Para o CENS/CIP, estes números levam a uma “asfixia financeira”, pelo que “é sem surpresa que se constata o aumento da dívida vencida do SNS”, acrescenta.

“As dívidas do SNS por pagar há mais de 90 dias aumentaram 91 milhões de euros só em maio, o que representa um agravamento das dívidas em atraso de cerca de 3 milhões de euros por dia. Os atrasos nos pagamentos do SNS mais do que triplicaram desde maio de 2020 e mais do que duplicaram desde o início do ano, passa de 211 para 485 milhões de euros”, lê-se no comunicado.

O Conselho Estratégico Nacional da Saúde da CIP – Confederação Empresarial de Portugal reúne oito associações do setor, que representam mais de 4.500 empresas a operar em Portugal.

PR/HN/Rita Antunes

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