Por não existir nenhum tratamento eficaz para tratar recém-nascidos que sofreram de um acidente vascular cerebral, a procura de soluções terapêuticas é urgente. “As células estaminais mesenquimais já tinham apresentado capacidades neurorregenerativas em modelo animal e a sua segurança já foi demonstrada em vários ensaios clínicos”, explica Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.
O tratamento experimental consistiu na administração intranasal de células estaminais mesenquimais, sob a forma de gotas. Os autores consideraram todo o processo que envolveu o tratamento experimental exequível e não observaram quaisquer efeitos adversos graves durante o tratamento ou nos três meses seguintes, o que indica a segurança desta terapia a curto-prazo.
Para além da segurança, foi avaliada a extensão dos danos neurológicos, comparando imagens de ressonância magnética crânio-encefálica obtidas antes do tratamento experimental, na primeira semana de vida, com imagens obtidas aos três meses de idade. Antes do tratamento experimental foram observadas alterações neurológicas em todos os recém-nascidos, que pareceram melhorar em seis dos bebés, aos três meses de idade.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica The Lancet Neurology.
O ensaio clínicou contou com um número reduzido de recém-nascidos, apenas dez, que apresentavam convulsões, em alguns casos acompanhadas de dificuldades respiratórias. Ainda assim, os resultados indicam que o tratamento de AVC com células estaminais mesenquimais é seguro nesta população de doentes, abrindo caminho para a realização de estudos mais alargados, que permitam avaliar a sua eficácia.
PR/HN/VC
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