Ministério da Saúde da Índia anuncia menos de 40 mil casos diários pela primeira vez em três meses

29 de Junho 2021

A Índia registou esta terça-feira menos de quarenta mil novos casos de covid-19 pela primeira vez em mais de três meses, após superar a pior crise da doença no mundo, que atingiu o pico em maio com mais de 400 mil casos/dia.

O país asiático contabilizou 37.566 casos nas últimas 24 horas, o número mais baixo em 102 dias, o que eleva o total de contágios para 30,3 milhões desde o início da pandemia, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde da Índia.

O número de mortes também sofreu uma queda sustentada com 907 no último dia, o número mais baixo em 77 dias, o que aumenta o total de óbitos para 397.637.

No geral, o país está passar uma fase rápida e sustentada de descida nos contágios, depois de ultrapassar o pico da segunda vaga da doença em meados de maio.

Essa segunda vaga, muito mais agressiva e rápida de que a primeira, levou a uma subida de casos exponencial, de dez mil em fevereiro, para mais de 400 mil numa questão de semanas, o que provocou uma sobrecarga no sistema de saúde deixando imagens dramáticas de hospitais e crematórios saturados.

Nova Deli, uma das regiões mais afetadas por essa segunda vaga com quase trinta mil novos casos diários, confirmou hoje 59 novas infeções e duas mortes.

A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, e que, segundo a Organização Mundial da Saúde, já circula em mais de 80 países, é vista como um dos fatores que contribuíram para o aumento exponencial de casos no país, devido à sua alta transmissibilidade.

Num boletim publicado na segunda-feira, as autoridades indianas explicaram que a variante delta, também conhecida como SARS-CoV-2 B.1.617, tem entre 15 e 17 mutações e foi identificada pela primeira vez em outubro de 2020, quatro meses antes da segunda vaga devastar o país.

Em fevereiro, mais de 60% dos casos no estado de Maharashtra, o epicentro da doença na Índia, envolviam a variante Delta.

De acordo com o Consórcio de Sequenciamento do Genoma da SARS-CoV-2 da Índia (INSACOG), a variante Delta (B.1.617) tem três subtipos, dois deles classificados como “variante de interesse”, enquanto um terceiro, o B.1.617.2, denominado agora como Delta Plus, foi classificado como uma variante preocupante.

A variante Delta Plus possui uma mutação adicional em comparação com a delta, denominada mutação K417N.

“Plus significa que ocorreu uma mutação adicional na variante Delta. Não significa que a variante Delta Plus seja mais grave ou mais transmissível do que a variante delta”, explicou o governo indiano.

Ainda assim, a Delta Plus foi classificada como uma “variante preocupante, devido à sua maior transmissibilidade, uma união mais forte aos recetores das células pulmonares, e uma redução potencial na resposta dos anticorpos, e o possível escape imunológico após a vacinação”.

Apesar de a estirpe B.1.1.7, identificada pela primeira vez no Reino Unido, ter dominado as infeções durante vários meses, “nos últimos dados, verificou-se que 90% das amostras analisadas contêm a variante Delta”, de acordo com o INSACOG.

O governo garantiu também que as vacinas AstraZeneca e a fórmula indígena do laboratório Bharat Biotech são eficazes contras as variantes Alfa, Beta, Gama e Delta.

“Ainda estão a ser feitos testes no laboratório para verificar a eficácia da vacina na variante Delta Plus”, acrescentou.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 de vítimas em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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