O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa online sobre o apoio internacional ao fabrico e produção de vacinas contra a Covid-19 no continente africano, país que está a ser atingido por uma terceira vaga da pandemia, que já matou 142 mil pessoas na região.
David Marchick, diretor de operações da Corporação Financeira para o Desenvolvimento (DFC, da sigla em inglês International Development Finance Corporation) norte-americana, sublinhou nesta conferência de imprensa a preocupação com o crescimento de casos de Covid-19 em África, o continente com “o menor número de vacinas” administradas.
“É particularmente importante ajudar África a produzir localmente vacinas em África e para África”, disse.
O financiamento total de 600 milhões de euros contará com 200 milhões de euros dos Estados Unidos, mas também da Alemanha, França e da Corporação Financeira Internacional (IFC), e servirá para a Aspen Pharmacare Holdings, sediada na África do Sul, expandir a capacidade local de fabrico de vacinas.
O objetivo desta medida é ajudar o continente a produzir as vacinas que tanto necessita, mas também proporcionar uma capacidade futura para responder aos desafios de saúde que continuam a ser colocados à região, explicou David Marchick.
Neste encontro com a imprensa, a coordenadora da Resposta Global à Covid-19 e Segurança da Saúde do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Gayle Smith, garantiu que a entrega das vacinas está “no top da agenda” do Presidente Biden.
“Somos o maior dador da Covax, a plataforma internacional de vacinas, e o Presidente Biden já anunciou que iríamos partilhar 18 milhões de vacinas. E vamos partilhar mais”, referiu.
Segundo Gayle Smith, estas vacinas estão neste momento em processo de entrega, que vai continuar nos próximos dias e semanas.
A responsável pela resposta dos Estados Unidos à pandemia recordou que Joe Biden irá ainda fornecer 500 milhões de doses da vacina Pfizer contra a Covid-19 a cerca de 100 países.
“Fazemos o que podemos para que o maior número de países tenha o mais depressa possível acesso às vacinas”, frisou, sublinhando que isso passa, entre outras coisas, por aumentar a produção das vacinas.
Para Gayle Smith, o investimento agora anunciado vai ser muito importante para uma “resposta urgente” à pandemia de Covid-19 no continente africano, mas também para, a longo prazo, o incremento da capacidade de produção de outros bens, como vacinas para outras doenças que África importa praticamente na sua totalidade.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
O continente africano já ultrapassou os 5,5 milhões de casos de contaminação por Covid-19, anunciaram hoje as autoridades africanas sanitárias, apontando que há 88% de recuperações, equivalente a 4,8 milhões de pessoas.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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