Passageiros dizem que certificado digital facilita viagens

1 de Julho 2021

Os passageiros que partiram esta manhã do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, foram unânimes em considerar que o certificado digital facilita as viagens dentro da União Europeia (UE) no contexto da pandemia da Covid-19.

Quem tiver o certificado, que entra hoje em vigor, deixa de estar sujeito às restrições impostas à entrada na UE e no Espaço Económico Europeu – Islândia, Liechtenstein e Noruega -, para controlar a pandemia, a menos que os países as apliquem para proteger a saúde pública.

É o caso de José Carvalho, de 68 anos, que viaja com o certificado por estar vacinado, mas que precisa de realizar um teste rápido à chegada da Dinamarca, para onde vai viajar, porque Portugal está na “lista amarela”.

“A situação está a melhorar com a disponibilidade destes documentos”, disse à Lusa depois de partilhar, visivelmente contente, que vai visitar a filha dinamarquesa depois de um ano com restrições “apertadas” impostas pelo país nórdico.

O especialista em navegação aérea frisou que viajou muito antes da emissão deste certificado, o que implicou gastar “100 euros de cada vez” em testes, mas lamentou que a UE esteja dentro de um “casulo” e não tenha alargado este acordo a países em situação semelhante à de Portugal, com as pessoas vacinadas, mas fora do espaço comunitário.

Nessa situação está Marta Ribeiro, médica de 30 anos, que tem o certificado por ter tomado as duas doses da vacina, mas que vai viajar para o Reino Unido, onde não o aceitam.

“[O certificado] é ótimo dentro da União europeia para facilitar as viagens, embora haja algumas limitações porque as pessoas que têm o certificado podem na mesma apanhar e transmitir a Covid-19”, apontou, mesmo acreditando que a situação está “mais fácil” agora e que os hospitais “estão mais preparados”.

O acordo político com o Parlamento Europeu sobre este “livre-trânsito” comunitário foi alcançado a 20 de maio, a tempo de “salvar” a época de verão.

A turista alemã Berna Schonpflug, com 52 anos, aproveitou este contexto e viajou para Portugal com o certificado pelo qual esperava há meses por estar vacinada.

“Depois de quase um ano e meio [de pandemia e restrições] queríamos viajar e já tínhamos estado em Portugal e adorado, por isso quisemos voltar”, mas desta vez, com o certificado que considera facilitar as viagens mesmo em pandemia porque se pode “mostrar em qualquer lugar [da UE]”, disse a turista, que viajou acompanhada do marido.

Com teste negativo e sem certificado, Beatriz Cardoso, de 24 anos, vai viajar para Barcelona de modo a regressar ao trabalho na área do turismo.

“[A pandemia] foi uma reviravolta. Tive de ir procurar novas oportunidades fora da área, e foi difícil adaptar-me. Estou bastante entusiasmada para começar, mesmo que seja só para o verão, porque é o que gosto mesmo de fazer”, expôs.

À espera do certificado, Beatriz acredita que é “uma forma muito mais rápida das pessoas viajarem, e também mais segura” porque é sinal “de que grande parte da população já está vacinada”.

Para solicitar o certificado é necessário cumprir um de três requisitos: estar vacinado, ter um teste negativo ou estar recuperado da Covid-19.

Estes certificados começaram a ser emitidos a 16 de junho em Portugal e, desde então e até ao final de terça-feira, já foram disponibilizados cerca de um milhão de comprovativos, adiantou à Lusa fonte dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights