Quem tiver o certificado, que entra hoje em vigor, deixa de estar sujeito às restrições impostas à entrada na UE e no Espaço Económico Europeu – Islândia, Liechtenstein e Noruega -, para controlar a pandemia, a menos que os países as apliquem para proteger a saúde pública.
É o caso de José Carvalho, de 68 anos, que viaja com o certificado por estar vacinado, mas que precisa de realizar um teste rápido à chegada da Dinamarca, para onde vai viajar, porque Portugal está na “lista amarela”.
“A situação está a melhorar com a disponibilidade destes documentos”, disse à Lusa depois de partilhar, visivelmente contente, que vai visitar a filha dinamarquesa depois de um ano com restrições “apertadas” impostas pelo país nórdico.
O especialista em navegação aérea frisou que viajou muito antes da emissão deste certificado, o que implicou gastar “100 euros de cada vez” em testes, mas lamentou que a UE esteja dentro de um “casulo” e não tenha alargado este acordo a países em situação semelhante à de Portugal, com as pessoas vacinadas, mas fora do espaço comunitário.
Nessa situação está Marta Ribeiro, médica de 30 anos, que tem o certificado por ter tomado as duas doses da vacina, mas que vai viajar para o Reino Unido, onde não o aceitam.
“[O certificado] é ótimo dentro da União europeia para facilitar as viagens, embora haja algumas limitações porque as pessoas que têm o certificado podem na mesma apanhar e transmitir a Covid-19”, apontou, mesmo acreditando que a situação está “mais fácil” agora e que os hospitais “estão mais preparados”.
O acordo político com o Parlamento Europeu sobre este “livre-trânsito” comunitário foi alcançado a 20 de maio, a tempo de “salvar” a época de verão.
A turista alemã Berna Schonpflug, com 52 anos, aproveitou este contexto e viajou para Portugal com o certificado pelo qual esperava há meses por estar vacinada.
“Depois de quase um ano e meio [de pandemia e restrições] queríamos viajar e já tínhamos estado em Portugal e adorado, por isso quisemos voltar”, mas desta vez, com o certificado que considera facilitar as viagens mesmo em pandemia porque se pode “mostrar em qualquer lugar [da UE]”, disse a turista, que viajou acompanhada do marido.
Com teste negativo e sem certificado, Beatriz Cardoso, de 24 anos, vai viajar para Barcelona de modo a regressar ao trabalho na área do turismo.
“[A pandemia] foi uma reviravolta. Tive de ir procurar novas oportunidades fora da área, e foi difícil adaptar-me. Estou bastante entusiasmada para começar, mesmo que seja só para o verão, porque é o que gosto mesmo de fazer”, expôs.
À espera do certificado, Beatriz acredita que é “uma forma muito mais rápida das pessoas viajarem, e também mais segura” porque é sinal “de que grande parte da população já está vacinada”.
Para solicitar o certificado é necessário cumprir um de três requisitos: estar vacinado, ter um teste negativo ou estar recuperado da Covid-19.
Estes certificados começaram a ser emitidos a 16 de junho em Portugal e, desde então e até ao final de terça-feira, já foram disponibilizados cerca de um milhão de comprovativos, adiantou à Lusa fonte dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
LUSA/HN
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