A prefeitura de São Paulo identificou dois médicos que se aproveitaram de o sistema informático de um posto de saúde não estar a funcionar para tomar três doses de imunizantes contra a Covid-19.
Segundo a gestão municipal, citada pelo G1, os médicos tomaram duas doses da Coronavac, do laboratório chinês Sinovac e produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, e, posteriormente, tomaram mais uma dose da vacina da Pfizer.
Os profissionais de saúde deslocaram-se até um ‘drive-thru’, que possibilita a administração da vacina sem sair do carro, da cidade que estava sem sistema informático e tomaram uma terceira dose, burlando assim o sistema de vacinação municipal.
A fraude, que foi encaminhada para uma investigação ética do Conselho Regional de Medicina de (Cremesp), só foi identificada após as anotações manuais terem sido inseridas no sistema de informático, que indicou que os médicos já tinham tomado as duas doses da Coronavac.
Um terceiro caso foi identificado através das redes sociais, segundo o G1, que noticiou que uma veterinária de São Paulo disse ter sido vacinada com as duas doses da Coronavac em fevereiro e, em março, tomou a vacina de dose única da Janssen.
Nas redes sociais, a mulher publicou o comprovativo das três doses que lhe foram administradas e declarou que tomou a terceira dose para se sentir “mais protegida e viajar para onde quiser”.
Após ser questionada por uma internauta sobre a forma como conseguiu burlar o sistema, a mulher escreveu ter recorrido a um local de vacinação “no meio de uma favela” em Guarulhos [município do estado de São Paulo], onde não havia verificação online. “Uma sorte! Anotaram o meu nome numa folha timbrada. Quando cair no sistema, será tarde demais”, indicou.
Num comunicado enviado ao G1, a autarquia de Guarulhos informou que “tomou conhecimento das postagens da médica veterinária e imediatamente determinou que o caso fosse enviado ao Ministério Público Estadual” para investigação.
A Secretaria Municipal da Saúde abriu um procedimento interno para investigar que tipo de falha possa ter ocorrido no sistema.
Até ao momento, foram distribuídas a estados e municípios brasileiros 135 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, tendo sido entregues 128 milhões de doses. Foram aplicadas 101,4 milhões de doses, sendo 74,35 milhões da primeira dose e 27,12 milhões completaram o esquema de vacinação, de acordo com dados oficiais.
O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia, totaliza 520.095 mortes e mais de 18,6 milhões de casos positivos de covid-19.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.101 pessoas e foram confirmados 882.006 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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