Ordem dos Médicos denuncia falta de imagiologista na urgência dos Covões em Coimbra

4 de Agosto 2021

O Serviço de Urgência do Hospital Geral (Covões), do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), não tem médico especialista em Imagiologia durante o período da manhã, das 09:00 às 13:00, denunciou esta quarta-feira a Ordem dos Médicos.

“Com a Urgência aberta a partir das 09 horas – situação já de si incompreensível e que a Ordem dos Médicos tem vindo a criticar com veemência – poderá ser necessário efetuar, por exemplo, uma ecografia abdominal ou renal, que pode ajudar a salvar vidas”, alerta o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

Carlos Cortes adverte que devido à falta de imagiologista, “qualquer pedido urgente poderá ser protelado até às 13:00 ou mais horas, ou então, deslocar-se-á o doente ao polo A nesse período acompanhado por médico e em situação emergente”

“É insustentável!”, afirma o médico.

Segundo o presidente da SRCOM, a atual escala de médico especialista em imagiologia (13:00-20:00) no polo dos Covões, “significa que um utente poderá ficar sem ecografia desde o fim do dia até às 13 horas do dia seguinte”.

Alerta ainda que, aos sábados, domingos e feriados, a escala de imagiologia vigora apenas em regime de prevenção.

Para Carlos Cortes, estas graves dificuldades mostram o risco de ter uma urgência “sem meios de socorro que são de extrema importância numa resposta de emergência”.

“A falta de meios tem um impacto devastador”, salienta o médico, considerando “deplorável que não seja apresentado um plano concreto e público para o CHUC e seus vários polos e que se aproveite cada momento para reduzir ainda mais a resposta em cuidados de saúde de Coimbra e da região”.

O presidente da SRCOM afirma que o Centro precisa “de uma melhor resposta e de mais planificação e não de menos Saúde”, considerando que este caso “é ilustrativo das situações de limitação de recursos humanos e técnicos na urgência dos Covões bem como da gritante falta de visão estratégica”.

“É urgente uma intervenção do Ministério da Saúde e da Administração Regional de Saúde do Centro, uma vez que estas lacunas têm um forte impacto na prestação dos cuidados de saúde em toda a região”, apela Carlos Cortes.

LUSA/HN

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