“Quem são esses ´cientistas` [que desinformam]? É um crime desencaminhar um povo [contra as vacinas], para o povo desaparecer” devido à pandemia, criticou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava durante o lançamento da Campanha de Vacinação em Massa Contra a Covid-19, que arrancou hoje em todo o país.
Filipe Nyusi visou o uso de redes sociais por algumas pessoas, que veiculam mensagens negativas sobre os fármacos contra o novo coronavírus, desencorajando o recurso à imunização.
“Temos consciência do problema da desinformação que alimenta dúvidas sobre as vacinas. Não podemos viver de ruídos, de rumores” em torno da vacinação, acrescentou.
Filipe Nyusi assinalou que teve de “pedir favor ao povo” para que pessoas que receberam a primeira dose da vacina, na primeira fase que começou em março, voltassem para a segunda toma, depois de muitos vacinados terem relutado, na sequência da “onda de desinformação ou negligência”.
“Nós os moçambicanos não nos podemos dar ao luxo de deitar aquelas vacinas que salvam vidas. Tenho colegas [chefes de Estado africanos] que estão na bicha para conseguir vacinas, mas não estão a conseguir”, sublinhou.
Os imunizantes em uso contra o coronavírus em Moçambique, prosseguiu, foram produzidos por farmacêuticas especializadas e reputadas no mundo e foram aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo usadas até nos países produtores.
“São vacinas seguras e até são usadas nos países onde são fabricadas”, destacou.
Filipe Nyusi avançou que o país vai usar a experiência que detém na vacinação para massificar a imunização da população contra a Covid-19, defendendo que a vacina “é uma arma importante para o combate à Covid-19”.
“Ao longo da história, o nosso país tem recorrido à vacinação contra doenças como a malária, sarampo, pólio, tétano e tosse convulsa”, acrescentou.
O chefe de Estado moçambicano assegurou que a inoculação massiva da população vai permitir a retoma da vida social e económica do país o mais normal possível.
Filipe Nyusi apontou a exiguidade das vacinas contra o novo coronavírus como um grande desafio para o objetivo de massificação da vacinação, agradecendo o apoio de parceiros internacionais na disponibilidade dos fármacos.
A campanha de massificação da vacinação hoje lançada pelo Presidente da República tem como grupos prioritários funcionários públicos, professores, motoristas e cobradores de transportes coletivos de passageiros, pessoas com idade superior a 50 anos e combatentes da luta de libertação nacional.
Moçambique regista um total acumulado de 1.500 mortes por Covid-19 e 126.391 de casos, dos quais 76% recuperados da doença.
LUSA/HN
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