Novo bastonário da Ordem dos Médicos alerta para falta de meios e medicamentos em São Tomé e Príncipe

19 de Agosto 2021

O novo bastonário da Ordem dos Médicos são-tomenses, Celso Matos, alertou na quarta-feira para as “condições extremamente difíceis” em que trabalham os profissionais de saúde no país, “muitas vezes sem medicamentos ou instrumentos para tratarem os pacientes”.

Eleito no sexto congresso ordinário da Ordem dos Médicos de São Tomé e Príncipe (ORMED-STP), o médico ortopedista Celso Matos lembrou ainda a “falta de especialistas” no Sistema Nacional de Saúde, onde “muitas vezes um médico tem vindo a realizar trabalho que cabia a três ou quatro” e perante falta de “meios auxiliares para chegar a um diagnóstico”.

O novo bastonário considerou ainda que “os médicos não podem continuar a ser o bode expiatório da sociedade” e por isso apelou a “um debate sério” para saber “até onde chega a responsabilidade [civil] do médico que trabalha sem meios”.

Celso Matos quer conquistar o “respeito e admiração da população”, que reclama “umas vezes injustamente porque em causa está a falta de meios disponíveis para o trabalho de excelência”, mas outras vezes com “fundamentos”.

O bastonário quer que a população reconheça “o trabalho verdadeiramente heróico” que a classe médica tem vindo a realizar “em condições extremamente difíceis”.

Segundo o representante dos médicos, a pandemia da Covid-19 mostrou que a saúde tem um grande impacto na economia, contrariando o que “negligentemente” os dirigentes são-tomenses têm feito, “protelando a saúde em favor de outras ações”.

Sete anos após a sua institucionalização, a Ordem dos Médicos elegeu o seu terceiro bastonário, num congresso que contou com a presença do ministro da Saúde, Edgar Neves, que considerou que a organização “tem-se revelado um parceiro bastante importante, incontornável” e “imprescindível para o crescimento do Sistema Nacional de Saúde” do país.

LUSA/HN

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