Cabo Verde reduz incidência da tuberculose e tratamento chega a 90% dos doentes

24 de Agosto 2021

Cabo Verde reduziu em mais de 50% a taxa de incidência da tuberculose no país nos últimos oito anos e tratamento melhorou também, chegando a 90% dos doentes, segundo dados disponibilizados esta terça-feira pelo Ministério da Saúde.

No âmbito de uma formação sobre tuberculose e lepra dirigida a profissionais de saúde e outras áreas, o diretor nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto, avançou que o país passou de 80 casos por 100 mil habitantes em 2012 para 34 casos por 100 mil habitantes em 2020.

Relativamente ao tratamento da doença, disse que nos últimos anos atingiu 90% dos doentes, indo ao encontro das recomendações internacionais.

“Nos últimos três anos têm ficado nos 89%, o que significa que as estruturas de saúde e as delegacias de saúde devem fazer mais esforços para que todos os doentes com tuberculose façam os seus tratamentos”, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde, no âmbito da formação, promovida pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INPS).

Jorge Barreto lembrou que tuberculose é uma doença que está muito ligada às condições de vida e que tem uma “forte influência” de fatores sociais, tais como aglomerações, más condições de habitação e hábitos de saúde.

“Um outro aspeto é questão do uso abusivo do álcool, que é um fator facilitador para o desenvolvimento da tuberculose, porque debilita o nosso organismo, fragiliza o sistema imunitário e facilita o desenvolvimento da tuberculose”, acrescentou o responsável, citado pela Inforpress.

Em Cabo Verde, segundo o relatório estatístico 2018 do Ministério da Saúde, foi registado 206 casos de tuberculose em registo, enquanto a lepra, há vários anos, não é considerada um problema de saúde pública, e em 2019 foram registados 12 casos.

Com a formação, o INSP pretende reforçar as capacidades dos profissionais de saúde, acreditando que uma participação e abordagem multissetorial pode ser uma das estratégias para fazer face às duas doenças.

As autoridades de saúde cabo-verdianas têm adotado várias medidas e realizado campanhas de sensibilização para informar e consciencializar as pessoas sobre essas duas doenças, bem como ao tratamento, que é gratuito em todas as estruturas de saúde.

Segundo a OMS, a tuberculose continua a ser a doença infecciosa mais letal do mundo e é preciso mobilização de compromissos nacionais e internacionais em prol da luta contra o problema, principalmente a nível financeiro.

Também realça que é necessária uma atenção especial para os casos de lepra que continuam a ter consequências nefastas para os afetados, ainda segundo o Ministério da Saúde de Cabo Verde.

De acordo com o relatório mundial da tuberculose 2019 da OMS, a nível global, cerca de 7 milhões de pessoas foram diagnosticadas e tratadas contra a doença, em 2018. No total, 1,5 milhões de pessoas morreram por causa da doença, em comparação com 1,6 milhões em 2017.

A tuberculose é uma doença infeto-contagiosa causa pela bactéria bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões, mas que pode atingir outras partes do corpo.

LUSA/HN

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