Saiba tudo sobre Urticária

6 de Setembro 2021

Eduardo Mendes Médico de Família Hospital Cruz Vermelha Portuguesa

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Saiba tudo sobre Urticária

06/09/2021 | Hospital cruz vermelha

O que é uma urticária?

É uma reação alérgica com a libertação, na corrente sanguínea, de histamina e outras substâncias inflamatórias e caracterizada pelo aparecimento na pele de babas (pápulas) – lesões avermelhadas e levemente inchadas – acompanhadas de intensa comichão (prurido) e ardor.

Essas babas podem surgir em qualquer parte do corpo, ser pequenas, isoladas ou agruparem-se e formar grandes placas avermelhadas, com formas variadas, mas sempre acompanhadas de comichão. Podem surgir em qualquer período do dia ou da noite, durar horas e desaparecer sem deixar qualquer marca na pele.

Em situações menos comuns a urticária pode ser acompanhada por angioedema, que é um edema (inchaço) das camadas mais profundas da derme e que atinge sobretudo as pálpebras, os lábios, as orelhas, os pés, as mãos e os genitais. Embora raramente o angioedema pode também afetar a mucosa da boca e da garganta, provocando uma obstrução das vias aéreas superiores e um edema de glote (edema de Quinck), situações que exigem o recurso rápido a um serviço de urgência.

A urticaria é mais comum em jovens adultos jovens, entre os 20 e os 40 anos e ao longo da vida, uma em cada cinco pessoas terá pelo menos um episódio de urticária.  

Que tipos de urticária há?

Na grande maioria dos casos a urticária desaparece em 24 horas.

Dependendo do tempo de evolução a urticária pode ser classificada em:

– urticária aguda quando se mantém de dias até seis meses. Em média a forma aguda dura cerca de seis semanas;

– urticária crónica quando persiste para além dos seis meses.

Quais as causas da urticária?

As causas mais comuns são as relacionadas com reações alérgicas a alimentos como o marisco, o peixe, os ovos, os produtos lácteos, os frutos como a banana, o kiwi, a soja, as leguminosas, o amendoim e os frutos secos.

Também são causas frequentes as reações alérgicas, a medicamentos (antibióticos, anti-hipertensores, anti-inflamatórios, etc.) e as picadas de insetos como a abelha ou a vespa.

Os picos de ansiedade, as doenças autoimunes, ou com défices de imunidade, como o Lupus, a Artrite Reumatoide, o Mieloma Múltiplo, ou mesmo doenças neoplásicas (cancros), podem desencadear fenómenos de urticária.

Em algumas pessoas a urticária pode surgir como reação ao exercício físico intenso, à exposição solar, ao frio ou ao calor (mais raro), ao uso de bijuteria, a produtos químicos como detergentes, bem como à fricção de uma peça de vestuário, principalmente se for feita de fibras sintéticas, numa zona mais sensível da pele.

Frequentemente não se consegue determinar qual a causa da urticária, pelo que a denominamos urticária idiopática.

Os mecanismos envolvidos no aparecimento de alguns formas de urticária não estão totalmente esclarecidos, mas no essencial podemos dizer que envolvem sempre a libertação, na corrente sanguínea, de vários mediadores químicos, nomeadamente a histamina.

Como se trata?

O principal passo no tratamento da urticária, sempre que seja possível identificá-lo, é evitar a exposição ao agente causador da reação alérgica.

Na sua grande maioria, os casos de urticária são benignos e tendem a desaparecer espontaneamente em horas ou dias, pelo que o tratamento visa sobretudo controlar e aliviar os sintomas, nomeadamente o prurido.

As drogas (medicamentos) mais frequentemente usadas no tratamento das urticárias são os anti-histamínicos, mais conhecidos por antialérgicos e que atuam inibindo a liberação da histamina, agindo assim na génese das lesões da pele.

Os anti-histamínicos mais antigos, de 1ªgeração, são eficazes, mas têm como efeito secundário provocar alguma sonolência, o que pode ser útil quando o doente tem problemas com o sono.

Atualmente, os medicamentos mais usados no tratamento das urticárias são os anti-histamínicos de 2ª geração, que provocam menos efeitos colaterais e tem duração mais longa, podendo ser tomados apenas uma vez por dia.

Em situações mais graves, em que a resposta aos anti-histamínicos não esteja a ser tão eficaz como se pretenderia, pode estar indicado associar o uso de corticoides, durante alguns dias.

Se o doente tiver sinais de angioedema ou de edema da glote, situações críticas que colocam a vida em risco, este deve ser levado com a máxima rapidez a um Serviço de Urgência, onde lhe serão administradas medicações por via endovenosa ou intramuscular, que farão reverter o risco de vida.

Recomendações

  • Se sabe qual ou quais os agentes que lhe desencadeiam os surtos de urticária, evite-os e/ou informe o seu médico, para que ele evite a sua prescrição.
  • Se tiver uma urticária, tente não coçar a pele, particularmente nas áreas onde houver lesões.
  • A aplicação de compressas frias sobre as lesões, aliviam o prurido.
  • Nunca se automedique ou use medicamentos prescritos a familiares ou vizinhos.
  • Relaxe, o stress não é a primeira causa de urticária, mas pode piorar os sintomas.
  • Se, para além dos sintomas mais comuns da urticária, apresentar dificuldade em respirar, falar ou engolir, dirija-se de imediato a um Serviço de Urgência.

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