DGS recomenda uso de máscara em eventos no exterior e no recreio das escolas

8 de Setembro 2021

A Direção-Geral da Saúde recomenda o uso de máscara em aglomerados populacionais, eventos em espaços exteriores e no recreio nas escolas, disse esta quarta-feira a diretora-geral, Graça Freitas.

“A transmissão indireta do vírus é por acumulação de aerossóis e obviamente essa via é muito menos eficaz no exterior do que no interior. De qualquer maneira a recomendação vai no sentido de que em aglomerados e em contextos especiais” a máscara deve ser utilizada, avançou Graça Freitas numa audição no parlamento.

Graça Freitas apontou como exemplo em que se justifica o uso da máscara o recreio nas escolas e também em eventos.

“A própria mobilidade em determinados sítios das cidades em que há aglomerados populacionais isso obviamente poderá constituir uma exceção, uma recomendação diferente, porque permite o contacto direto e próximo entre pessoas e, portanto, permite a transmissão” do vírus SARS-Cov-2, que provoca a doença covid-19.

A diretora-geral da Saúde sublinhou ainda que é importante “a mobilização social e a ética dos cuidados individuais de cada um”.

“Cada um de nós deve, apesar de tudo, continuar a ser portador de uma máscara e em caso de necessidade deve colocá-la”, afirmou Graça Freitas na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, onde foi ouvida a pedido do PSD sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras.

Avançou ainda que a orientação da DGS sobre o assunto será adaptada e será realizada “uma campanha, ou várias campanhas”, para explicar os motivos, os objetivos das exceções que devem continuar a ser contempladas.

Segundo Graça Freitas, o que será tido em conta é a “proporcionalidade, adequação e gradualismo” das medidas de saúde pública, com a sua adequação ao momento, para que sejam dados passos e que se consigam monitorizar os seus impactos, permitindo “adaptar as medidas da forma mais efetiva possível para continuar a controlar a pandemia”.

A acompanhar Graça Freitas na audição estiveram o diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da DGS, Válter Fonseca, e o chefe de Divisão de Epidemiologia e Estatística da DGS.

Logo no início da audição a deputada social-democrata Sandra Pereira disse que o PSD queria ouvir o Grupo de Epidemiologia da DGS que intervém nas reuniões do Infarmed sobre a situação epidemiológica da covid-19 no país e não a DGS, afirmando que “terá havido seguramente aqui algum ruído na comunicação”.

O PSD queria ouvir o grupo de peritos que assistia às reuniões que eram feitas no Infarmed para “replicar aqui aquilo que o Governo não quis fazer relativamente ao término da obrigatoriedade do uso de máscaras”, declarou Sandra Pereira

A deputada disse que “a lei que está em vigor termina no domingo e o uso de máscara com força obrigatória geral e universal vai terminar e o PSD gostaria de saber, do ponto de vista técnico e científico, os efeitos que isso poderá ter e as cautelas que a população deve ter”.

Em resposta, Graça Freitas afirmou que “a convocatória foi assim feita” e foi nesse sentido que se apresentaram “com o dever cívico de responder à Assembleia da República”.

Por outro lado, disse, as duas direções de serviços da DGS presentes consultam dezenas de peritos, entidades e parceiros do Ministério da Saíde, dependendo do tema.

No caso das máscaras, consultou o diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, Artur Paiva.

“Quando produzimos pareceres técnicos nunca o fazemos sozinhos fazemos com recurso, não só à literatura, como a especialistas”, vincou Graça Freitas.

Disse ainda que a DGS e o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) têm dado “muita atenção” à questão das variantes e do seu impacto na dinâmica da doença e à efetividade da vacina e o seu efeito perante a variante Delta.

“Neste caso, a Direção-Geral da Saúde com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge produzem conhecimento próprio, produzem ciência, não nos limitamos a ler o que está feito pelos outros países estamos nós próprios a fazer as nossas avaliações”, salientou.

“Neste momento, conseguimos dar informação, analisá-la e com base nessa análise fazer avaliações de risco para tentar adequar e adaptar as medidas”, concluiu Graça Freitas.

LUSA/HN

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