António Costa falava no final de uma visita de pouco mais de uma hora ao Agrupamento de Escolas Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, em que assinalou a abertura do ano letivo pela sexta vez, em conjunto com o seu ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Num breve discurso, António Costa disse que “graças à vacinação se pode considerar que a pandemia da covid-19 está controlada” e que este é o momento “de transmitir um agradecimento muito profundo às comunidades escolares”.
“Não deixaram a escolar parar mesmo quando a escola teve de fisicamente encerrar para se poder controlar a pandemia. Foi assim em março de 2020 e foi assim outra vez em janeiro de 2021. Foram momentos muito difíceis, mas em que houve um esforço extraordinário, através de todos os meios, para que a escola não abandonasse os seus alunos”, defendeu.
De acordo com o primeiro-ministro, Portugal encontra-se agora “num ponto de viragem” e há razões para se encarar “um ano letivo com a confiança de poder decorrer sem sobressaltos ao longo de todo o seu percurso”.
“Este ano não vai ser só mais um ano letivo. Hoje não é apenas o primeiro dia do resto das nossas vidas, porque as nossas vidas vão ter de continuar a ser diferentes”, observou depois António Costa, que momentos antes escutara um grupo de alunos a interpretar esta música de Sérgio Godinho.
O líder do executivo aproveitou então para advertir que, apesar de se registarem progressos do país no combate à Covid-19, vão continuar a ser essenciais as medidas de segurança contra a propagação da doença, “evitando-se que a pandemia se descontrole”.
“Mas temos também de fazer um esforço acrescido para que uma das marcas que a Covid-19 deixou não perdure na nossa sociedade”, assinalou a seguir, aqui numa alusão às consequências em termos de ensino dos períodos de tempo em que as aulas presenciais estiveram suspensas.
A ausência de aulas presenciais, segundo o primeiro-ministro, “aumentou as desigualdades e perturbou o desenvolvimento normal [educativo] das crianças – e essa é uma marca que não pode ficar para a vida e que importa ultrapassar ao longo dos próximos dois anos letivos”.
“O programa de recuperação de aprendizagens, que estará em vigor este ano e no próximo, exige mesmo um esforço acrescido de todos para que ninguém fique para trás. No final do próximo ano letivo, temos de ter como meta chegar ao fim e podermos dizer que, não só a Covid-19 passou, como também passou aquilo que a Covid-19 perturbou em relação ao processo de aprendizagem”, sustentou.
Neste contexto, prometeu que, nesse processo de recuperação de aprendizagens, as comunidades educativas podem contar com o Ministério da Educação “quer no reforço dos recursos, quer ao nível dos materiais pedagógicos, quer, ainda, nas técnicas”.
“Esta é uma grande oportunidade para demonstrar todo o potencial de duas das mais importantes reformas que têm marcado a escola nos últimos anos: O reforço da autonomia e da flexibilidade”, acrescentou.
LUSA/HN
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