Num comunicado de imprensa, o Sindicato dos Médicos de Angola lembra que o colega em causa, António Dungula, afeto ao Hospital Geral de Benguela, foi alvo de agressão física “em pleno exercício das suas atividades, após ter reanimado, sem sucesso, uma paciente, no momento de comunicar o óbito aos familiares da mesma”.
Para o sindicato, o sucedido configura uma ameaça ao bom exercício da medicina em Angola e uma violação aos direitos e deveres dos médicos, balizados nos estatutos da Ordem dos Médicos de Angola.
“Usando das prerrogativas do artigo 92.º da OrMed, alínea e), em gesto de solidariedade com os médicos de Benguela e, em particular com o Dr. Dungula, o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola convoca todos os seus filhos e toda a classe médica em geral, a cumprirem uma paralisação de 60 minutos, em todas as unidades sanitárias da República de Angola, entre as 12 e 13 horas, de segunda-feira”, avisam os médicos no comunicado.
O comunicado realça que, em respeito ao bem vida, as urgências devem responder com metade da sua força laboral e cuidados intensivos na sua plenitude.
Também o gabinete provincial da Saúde de Benguela condenou “veementemente” a atitude de agressão física ao médico, ocorrida no banco de urgência do Hospital Geral de Benguela, na terça-feira passada.
“Compreendemos a dor dos familiares no momento da perda de um ente querido, porém, nada justifica atos de agressão física, verbal ou psicológica contra os profissionais que de forma sacrificada entregam-se à missão do cuidar e tratar aqueles que em momento de dor e aflição acorrem aos serviços de saúde para buscar ajuda de que necessitam”, realça o gabinete provincial de saúde de Benguela.
A doente, segundo a nota do gabinete provincial de saúde de Benguela, deu entrada no hospital com um quadro clínico complexo e de elevada gravidade, apresentando complicações cardiorrespiratórias, terminando em óbito, “não obstante os esforços da equipa médica e de enfermagem”.
LUSA/HN
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