MP do Brasil investiga empresa de seguros de saúde acusada de irregularidades

24 de Setembro 2021

O Ministério Publico (MP) de São Paulo investigará as acusações contra a Prevent Senior, empresa brasileira de seguros de saúde que terá obrigado médicos a prescrever cloroquina a pacientes com Covid-19, noticiou na quinta-feira a imprensa local.

De acordo com o portal de notícias G1, o grupo de trabalho que investigará as acusações será composto por quatro promotores, que irão atuar em conjunto com o promotor de justiça responsável pelo caso, Rodolfo Bruno Palazzi, que acompanha o inquérito policial de investigação das denúncias.

As investigações contarão com a contribuição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que decorre no Senado brasileiro e que investiga falhas e omissões do Governo na pandemia, e tem em sua posse uma série de documentos que alegadamente comprovam as irregularidades cometidas pela Prevent Senior.

O procurador-geral, Mario Sarrubbo, determinou “atenção total” à investigação, segundo o G1.

As acusações contra a empresa de planos de saúde começaram em abril, quando médicos que trabalharam na linha de frente contra a Covid-19 naquela empresa relataram receber assédio constante para prescrição de fármacos sem eficácia comprovada contra a doença e que poderiam agravar o quadro de Saúde dos pacientes, como flutamida, cloroquina, azitromicina e ivermectina.

Além disso, uma reportagem exibida pela rede Globo indicou ainda que a Prevent Senior ocultou mortes de pacientes que terão sido usados como cobaias num estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, para tratar a Covid-19,

O estudo chegou a ser divulgado e enaltecido pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, como exemplo de sucesso do uso da hidroxicloroquina.

Nesse sentido, a Prevent Senior passou a ser investigada pela CPI que, na quarta-feira, colocou o diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito Batista Júnior, na condição de investigado pela comissão.

Tendo jurado dizer a verdade, Batista Júnior foi acusado por senadores de mentir e de ter trabalhado em conjunto com o chamado “gabinete paralelo”, que atuaria no Ministério da Saúde durante a pandemia de Covid-19.

Na próxima terça-feira, a CPI irá recolher o depoimento da advogada Bruna Morato, que representa os médicos da Prevent Senior que elaboraram um dossiê sobre irregularidades no tratamento de pacientes com Covid-19.

“Terça-feira nós vamos ter aqui a advogada do grupo dos médicos da Prevent Senior que fizeram aquela denúncia. Ela deve vir acompanhada de algum dos médicos. Nós vamos poder confrontar tudo aquilo que foi dito pelo diretor-executivo da Prevent Senior que, inclusive, tentou colocar toda a responsabilidade do que aconteceu nas costas dos profissionais médicos”, disse na quinta-feira o senador Humberto Costa.

LUSA/HN

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