A iniciativa, organizada por um pequeno grupo de enfermeiros e apoiado por organizações sindicais, surgiu no seguimento da falta de resposta a um documento reivindicativo entregue ao Ministério da Saúde em 21 de setembro pelos sete sindicatos.
Algumas exigências incluídas no documento incluem “a contratação dos enfermeiros que estão em situação precária”, uma “avaliação de desempenho adequada à profissão”, a “correção dos problemas relativos à contagem de pontos” e “condições iguais para enfermeiros com contratos individuais de trabalho e contratos em funções públicas”.
Na altura, os presidentes dos sindicatos foram recebidos à porta do elevador, o que deixou “os enfermeiros muito revoltados e desrespeitados”, de acordo com uma das organizadoras da ação, Sónia Viegas.
Por isso, no dia seguinte, um grupo de enfermeiros interpelou Marta Temido na Figueira da Foz, “exigindo respeito” e, em simultâneo, começou uma contagem decrescente simbólica com cravos.
“Nesse dia foram 10 [para o Ministério da Saúde] e todos os dias a senhora ministra recebeu menos um cravo até ontem, quando recebeu um. Hoje foi o dia zero. Era o prazo que os sindicatos tinham estipulado para receber pelo menos uma resposta”, explicou a enfermeira.
“Não temos resposta nem nenhum sinal positivo que nos dê esperança de podermos continuar a negociar. (…) Vamos continuar a protestar até à exaustão se for necessário”, declarou o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Carlos Ramalho.
A presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite, adiantou que os enfermeiros exigem também que “dado o estado da situação, depois de dois anos sem receber os sindicatos dos enfermeiros, e depois do que os enfermeiros – que são quem segurou o problema da pandemia, e que segurou se calhar a ministra na cadeira do Ministério – demonstraram no terreno, que seja ela (Marta Temido) agora a negociar com os sindicatos”.
Em relação à adesão ao protesto menor do que a esperada, Sónia Viegas disse que a organização recebeu “várias mensagens de apoio de colegas em todo o país, mas sendo um dia de semana e não havendo transporte coletivo”, era “difícil” estarem mais até porque “não foi convocada greve”.
LUSA/HN
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