“A Ordem [dos Médicos], de facto, tem feito um esforço por se aproximar daquilo que são as necessidades, neste momento. Mas se compararmos aquilo que são as vagas que são pedidas pelas instituições e aquilo que são as idoneidades específicas formativas que são dadas pelas ordens, desde sempre existiu um diferencial”, revelou à Lusa António Sales (PS).
Segundo o secretário de Estado da Saúde, a Ordem atribuiu sempre “idoneidades formativas inferiores àquelas que os serviços reportavam como as suas capacidades formativas”.
Reconhecendo que a “Ordem tem feito um esforço por se aproximar dessas necessidades formativas que os serviços lhes reportam”, António Sales salientou que, para formar mais especialistas, tem de existir um “esforço convergente de capacidades formativas dos serviços, de reconhecimento dessas capacidades formativas dos serviços por parte da Ordem dos Médicos e, obviamente, também do Governo depois na atribuição dessas vagas, como tem acontecido”.
“Por isso relembro que, este ano, abrimos o maior número de vagas de sempre desde 2009. É neste esforço convergente que temos todos que, através de uma planificação a médio e longo prazo, criar condições para que as futuras gerações de médicos se possam reter nos serviços das diferentes instituições de saúde”, reforçou o governante.
O secretário de Estado acrescentou que o papel das ordens é necessário “para este esforço que tem de ser um esforço coletivo, não pode ser só um esforço do Governo”.
António Sales falava à Lusa quando confrontado com a falta de médicos no Serviço de Urgência Geral do hospital de Santo André, unidade do Centro Hospitalar de Leiria, referindo que este é um problema nacional.
“Este é um problema que tem décadas. Se olharmos para as entradas nas faculdades de Medicina e se olharmos para o número total de estudantes de Medicina durante as décadas de 80 e 90, conseguimos perceber o problema da dificuldade de recursos humanos e também da demografia médica existente atualmente”, adiantou.
O governante recordou que os médicos que “têm mais de 55 anos podem, por lei, não fazer serviço de urgência” e “esse, de facto, tem sido uma grande dificuldade a nível nacional e não só em Leiria”.
Garantindo que o Ministério da Saúde “está muito atento a todas as situações que tenham a ver com recursos humanos e com défices de recursos humanos”, António Sales afirmou que, desde 2015, o Serviço Nacional de Saúde foi reforçado com o “recrutamento de profissionais de saúde em mais de 29 mil profissionais”.
LUSA/HN
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