Enfermeiros marcam greve para 03 e 04 de novembro

15 de Outubro 2021

Os enfermeiros que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão fazer greve a 03 e 04 de novembro, uma paralisação decidida esta sexta-feira numa reunião que juntou sete sindicatos desta classe profissional.

Na base da decisão de avançar com esta greve está a “ausência total de diálogo por parte do Ministério da Saúde em querer ouvir as reivindicações” destes profissionais do SNS, adiantou à Lusa o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa.

Segundo o dirigente sindical, os enfermeiros portugueses “foram louvados ao longo” da pandemia de Covid-19, sendo “considerados a peça fundamental no processo de vacinação”, mas “não são valorizados” na sua carreira.

Pedro Costa considerou ainda que os cerca de 700 milhões de euros para reforçar o SNS previstos proposta Orçamento do Estado para 2022 “só serão efetivamente bem empregues se tivermos em cima da mesa” as áreas para as quais este acréscimo orçamental será afeto.

“De que serve termos hospitais novos se o seu valor humano – os seus profissionais – estão cansados, estão desmotivados e não vão poder exercer a suas funções da melhor forma?”, questionou.

Em comunicado, o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), que também participou na reunião de hoje, adiantou que a greve foi limitada a dois dias, devido à consciência que as estruturas sindicais têm das consequências que esta forma de luta tem nos utentes do SNS.

Segundo o Sindepor, entre as várias reivindicações, está a integração imediata nos mapas de pessoal das instituições de todos os enfermeiros com contratos precários no SNS e a abertura de concursos para todas as categorias, nomeadamente, enfermeiro, enfermeiro especialista, enfermeiro gestor e para as funções de direção.

Além disso, os sindicatos pretendem que o Governo garanta a admissão imediata de enfermeiros, respeitando a norma de cálculo de dotações seguras dos cuidados de enfermagem, bem como a consagração efetiva da autonomia das instituições para contratarem profissionais.

“Sem enfermeiros motivados não temos um SNS saudável. É por isso que é importante o Governo responder às nossas reivindicações, para termos um SNS robusto e eficaz, como os portugueses merecem e precisam”, considerou Carlos Ramalho, presidente do Sindepor, citado no comunicado.

De acordo com o sindicado, a marcação desta greve aplica-se apenas ao território continental, uma vez que, nos Açores e Madeira, os enfermeiros já viram satisfeitas algumas das suas reivindicações.

O Sindepor adiantou também que, na sequência da entrega de um documento reivindicativo no Ministério da Saúde, em 21 de setembro, a resposta do secretário de Estado Lacerda Sales foi de “fechar as portas à negociação”, alegando que “deve ser feita fora da discussão” do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Na resposta enviada quinta-feira ao secretário de Estado, os sindicatos “exigiram a marcação de uma reunião, até ao final deste mês, para reabertura imediata de negociações”, avança ainda o comunicado.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Contar a Estória do SNS: Encontro marcado para 25 de junho no ISCSP

No próximo dia 25 de junho, pelas 14h30, o Auditório Adriano Moreira, no ISCSP – ULisboa, recebe uma iniciativa dedicada ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e às suas muitas estórias. Sob o mote “Vamos contar uma estória”, o evento convida todos a refletir sobre o impacto do SNS na vida dos portugueses – ontem, hoje e no futuro. Mais do que uma estrutura, o SNS é feito de pessoas, experiências e valores. São essas narrativas, silenciosas mas marcantes, que se pretende ouvir e partilhar.

Centro de Endoscopia Avançada marca nova etapa no tratamento da obesidade

O Centro de Endoscopia Avançada Carlos Moreira da Silva – ULSM iniciou uma nova etapa no tratamento da obesidade com a introdução de novas técnicas endoscópicas minimamente invasivas, com destaque para a gastroplastia endoscópica, também conhecida como o endosleeve, e o TORe, para redução de anastomose gastrojejunal após bypass gástrico, em caso de ganho de peso recorrente.

MAIS LIDAS

Share This