Em comunicado hoje divulgado, a autarquia de Vila Franca de Xira, presidida por Fernando Paulo Ferreira, revela que os presidentes das câmaras municipais de Alenquer, Pedro Folgado, Arruda dos Vinhos, André Rijo, Azambuja, Silvino Lúcio, e de Benavente, Carlos Coutinho, reuniram-se com o presidente do conselho de administração do hospital na quarta-feira.
De acordo com a nota, os presidentes, em representação das populações abrangidas pela área de influência do hospital, manifestaram a sua preocupação com a necessidade de a administração “conseguir assegurar a capacidade de resposta”, nomeadamente na área das urgências, internamento e especialidades.
“Por um lado, o número de recursos humanos à sua disposição e, por outro, a necessidade de se dotar a administração do hospital com maior capacidade de gestão e decisão, de modo a assegurar que esta consegue tomar as medidas técnicas que se imponham, sobretudo quando se aproxima a época de inverno, em que o recurso às urgências se intensifica bastante”, pode ler-se na nota.
Embora os autarcas reconheçam que não se trata de uma área de competência municipal, o Serviço Nacional de Saúde e a sua resposta às populações constituem “fortes preocupações” dos cinco municípios, pelo que, após o encontro, decidiram requerer uma audiência a Marta Temido.
No início de outubro, a Ordem dos Médicos (OM) alertou para a falta de médicos e de condições de trabalho no hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, onde encontrou, na altura, doentes em observação na garagem.
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, fez uma visita àquele hospital e esteve reunido com médicos e administração para verificar no local as dificuldades que existem.
“Nos últimos seis meses, começámos a ter pedidos de escusa de responsabilidade, relatos de situações de insuficiência de serviços, de escalas que não eram completadas, algo a que não estávamos habituados neste hospital”, afirmou.
Alexandre Valentim Lourenço disse ter saído da visita “muito preocupado”, porque “muitos dos problemas que existem em todo o Serviço Nacional de Saúde se estão a alastrar aqui”.
O responsável não soube precisar quantos médicos faltam, mas disse que todas as especialidades se queixam do problema e desafiou a direção clínica a “fazer um apanhado real do que é que é preciso para meter este hospital a trabalhar, sem recorrer a 70% de prestadores de serviço e a empresas externas”, que é o que acontece atualmente.
Segundo o representante, o hospital transformou uma garagem em enfermaria Covid-19, mas “acabou a covid” e “ela continua a ser necessária”.
O hospital de Vila Franca de Xira serve 250 mil utentes dos concelhos de Vila Franca, Arruda dos Vinhos, Alenquer, Azambuja e Benavente.
LUSA/HN
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