O trabalho, desenvolvido a pedido da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) para perceber o impacto social, profissional e económico do cancro da mama, calculou em 1.127.921.276€ a produtividade perdida no último ano, por baixas médicas ou faltas ao trabalho.
O estudo estimou a produtividade perdida devido ao cancro da mama para aqueles que estiveram de baixa durante pelo menos um dia, convertendo o número de dias de baixa em horas de trabalho perdidas, e para os que continuaram a trabalhar após o diagnóstico, mas faltaram ao trabalho pelo menos uma vez.
Para os que estiveram de baixa, o estudo indica 839 horas de trabalho perdidas por doente, num total de 1.113.264.422 euros de produtividade perdida em Portugal no último ano (19.960€/doente) e para os que continuaram a trabalhar, mas faltaram pelo menos um dia, aponta para 82 horas perdidas/doente, num total estimado de 14.656.854€ (1.954€/doente).
A produtividade perdida foi igualmente calculada para os acompanhantes dos doentes, com o estudo a estimar em mais de 248 milhões de euros (9.692€/pessoa) o impacto deste absentismo laboral.
Segundo o estudo, quase metade (45,8%) dos doentes disse que vai ao hospital acompanhado e, nestes casos, 69% dos acompanhantes trabalham.
O cancro da mama acarreta custos diversos para os doentes, sendo as consultas particulares e os medicamentos os principais. Os dados do estudo indicam que, no último ano, estes valores rondaram 907,87€/doente.
Os custos mais elevados são atribuídos a consultas no setor privado (298,07 €), seguidas dos medicamentos (152,50 €), os tratamentos não convencionais (106,27 €), próteses (79,24 €), roupa (55,86€) e custos de idas ao hospital (22,71€).
Há ainda um outro grupo de custos (193,22€) que envolvem a compra de cremes, sutiã cirúrgico, manga elástica, turbantes/chapéus, exames, tratamentos e fisioterapia.
O estudo, que teve o apoio da Roche e envolveu 1.000 inquéritos junto de 1.000 pessoas (97% mulheres) que têm ou já tiveram cancro de mama, conclui ainda que a saúde destas pessoas “é consideravelmente pior” do que a da população portuguesa relativamente às atividades habituais e, sobretudo, nas dimensões dor/mal-estar e ansiedade.
Os resultados são hoje apresentados no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
LUSA/HN
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