Com um painel de oradores de diferentes áreas, académicas e profissionais, estarão em discussão aspetos sociológicos como a solidão no idoso, aspetos epidemiológicos da doença no idoso, as abordagens não-farmacológicas em cuidados paliativos, a dor crónica nos cuidados continuados e o apoio institucional ao idoso.
Para Marília Dourado, “falar de cuidados paliativos não é falar só e apenas de pessoas que estão a morrer, uma vez que os CP ao assegurarem um melhor controlo de sintomas, recorrendo às práticas mais adequadas, proporcionam alívio do sofrimento, conforto e qualidade de vida desde o diagnóstico de uma doença ameaçadora da vida, causadora de grande sofrimento, muitas vezes avançada, até ao fim da vida. Devem, por estas razões, ser oferecidos o mais precocemente possível no decurso da doença, em conjunto com as medidas terapêuticas, pelo que não se destinam apenas aos doentes em fase final de vida. Em Cuidados paliativos recorre-se a outras estratégias com as quais, principalmente, se procura o controlo do sofrimento, e a promoção do conforto, do bem-estar e, porque não dizê-lo, da satisfação – dentro do que é possível – no tempo de vida que ainda resta, quer dos doentes quer das suas famílias”.
Enquanto a maioria das pessoas associa cuidados continuados e paliativos a alívio de dor, Marília Dourado diz que o processo vai muito além dos cuidados de saúde e do apoio social: “É todo um processo de intervenções sequenciais, devidamente planeadas e coordenadas que, tendo em consideração as limitações do doente, nos diversos planos, visam promover a sua autonomia e melhorar a funcionalidade através da reabilitação, readaptação e reinserção social e familiar, sempre que possível”.
Segundo o último Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos, apresentado pela Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP), “é hoje internacionalmente reconhecido que, quando aplicados precocemente, os Cuidados Paliativos (CP) trazem benefícios para os doentes e suas famílias, diminuindo a carga sintomática dos pacientes e a sobrecarga dos familiares”.
Organizado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento de Cuidados Continuados e Paliativos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o debate está aberto a todos os que se interessam ou se dedicam a esta temática.
O evento conta com a participação de representantes dos setores privado e social “para um debate que se espera vivo e enriquecedor”, de acordo com o comunicado.
O primeiro dia de trabalhos termina com a apresentação pública do NUVEM – Núcleo Universitário de Voluntariado de Estudantes de Medicina, a cargo dos estudantes envolvidos no projeto, igualmente dinamizado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento de Cuidados Continuados e Paliativos da FMUC.
Inscrições disponíveis em https://surveys.uc.pt/index.php/273559?lang=pt.
PR/HN/Rita Antunes
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