É essa a expectativa do presidente da Câmara Municipal da Feira perante a terceira mudança de localização do dispositivo destinado a inocular pelo menos os 139 mil habitantes desse concelho do distrito de Aveiro, depois do arranque do processo no Cineteatro António Lamoso, em fevereiro, e a posterior transferência da estrutura para o Europarque, em março.
No final de setembro, quando o ritmo de vacinação diminuiu e a coordenação do processo foi confiada ao Estado, a população passou a ser inoculada no Auditório de Santa Maria de Lamas, mas o serviço prestado nesse local foi acumulando críticas, pelo que autarquia, proteção civil e serviços de saúde decidiram agora regressar ao centro de congressos.
“As pessoas têm muitas saudades do vice-almirante Gouveia e Melo – que, efetivamente, faz muita falta – mas não valorizaram o facto de os grandes responsáveis pela vacinação serem as autarquias e só agora é que começam a perceber realmente o papel que os municípios tiveram em todo este processo”, declara à Lusa o presidente da Câmara da Feira, Emídio Sousa.
O autarca social-democrata considera “incontestável” o papel dos profissionais de saúde na vacinação dos portugueses, mas realça: “As autarquias é que assumiram a responsabilidade local por todo o processo, em termos de logística, recursos humanos, etc.”.
Foram esses e outros aspetos, aliás, que falharam em Lamas. “As coisas não estavam a funcionar bem porque as condições físicas do espaço não eram as ideais, o edifício não era cómodo, os períodos de espera estavam a ser muito prolongados e nem as vacinas eram em quantidade suficiente”, explica Emídio Sousa.
A câmara municipal negociou então com a tutela o regresso do dispositivo ao Europarque, onde “é consensual que o trabalho anterior teve excelentes resultados e tudo correu extraordinariamente bem”.
Parte do edifício já está a ser preparada para o efeito e Emídio Sousa adianta: “Como já não há a mesma premência na vacinação e o Europarque também precisa de espaço para os eventos que lá tem a decorrer, desta vez vamos ocupar uma secção mais pequena, mas de certeza que as pessoas se vão sentir na mesma muito melhor do que em Lamas”.
A deslocação do serviço vai, contudo, implicar “um aumento das despesas” da autarquia, porque, embora contando com os profissionais do Agrupamento de Centros de Saúde da Feira e Arouca, e com o apoio de uma equipa de voluntários, a vacinação no centro de congressos também envolve o trabalho de funcionários municipais e despesas energéticas acrescidas.
“Mas tem que ser assim. Isto já é tudo difícil que chegue, portanto, o que nós queremos é que quem vai ser vacinado se sinta bem, seja bem acolhido e possa esperar a sua vez num sítio confortável”, conclui o presidente da câmara.
LUSA/HN
0 Comments