Cerca de 33,4 milhões de pessoas, ou seja, 10,5% da população destes países correm o risco de precisar de assistência alimentar imediata se não forem tomadas medidas rapidamente, segundo os responsáveis desta rede, reunidos até quarta-feira por videoconferência.
“A principal razão para esta situação está ligada à insegurança, à violência”, explicou à agência de notícias francesa, AFP, Laurent Bossard, diretor do Secretariado do Clube do Sahel e da África Ocidental, baseado junto da sede da OCDE, em Paris.
Segundo a mesma fonte, o problema tem “dois epicentros”.
O primeiro fica na zona “das três fronteiras” entre Mali, Burkina Faso e Níger, há muitos anos palco de ações violentas levadas a cabo por grupos armados ligados à Al-QaIda e ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
O segundo situa-se na zona em torno do lago Chade, refúgio do grupo ‘jihadista’ Boko Haram e do seu braço dissidente, o grupo Estado Islâmico na África Ocidental, também em torno de uma zona fronteiriça, entre Nigéria, Chade, Níger e Camarões.
Este verão, só a Nigéria poderá contar 18 milhões de pessoas em situação de crise alimentar “ou pior”.
O Níger poderá ter 3,6 milhões, o Burkina Faso 2,6 milhões, o Mali 1,8 milhões e o Chade 1,7 milhões, estimam os analistas desta rede.
A violência nesta região representa perdas de vidas humanas, mas também a perturbação dos meios de subsistência e de comércio, segundo a RPCA.
A insegurança civil provocou igualmente movimentos populacionais de perto de 5 milhões de deslocados no interior da região.
Por outro lado, vários países da região, incluindo o Níger, o Mali, o Burkina Faso e a Nigéria, foram afetados por importantes défices pluviométricos.
Criada há 37 anos, a RPCA reúne representantes dos países do Sahel e da África ocidental, organizações regionais, doadores como as grandes agências de desenvolvimento, representantes da União Europeia, do Banco Mundial, assim como agências especializadas das Nações Unidas e organizações não-governamentais.
LUSA/HN
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