“Concluído este processo, vamos reavaliar a situação, vamos perceber todo aquele que é o fundamento científico relativamente a esta matéria e vamos decidir. Não vale a pena decidirmos agora uma coisa que só seria praticável no início do ano”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o titular da pasta da Saúde, Clélio Meneses.
No território continental, a vacinação de crianças entre os cinco e os 11 anos contra a Covid-19 vai arrancar no fim de semana de 18 e 19 de dezembro.
Nos Açores, o secretário regional da Saúde e Desporto já tinha dito que não seria tomada uma decisão enquanto não estivesse concluído o processo de vacinação dos mais vulneráveis com a dose de reforço.
Questionado ontem novamente, Clélio Meneses reiterou que a região quer “primeiro proteger os mais vulneráveis”, referindo-se às pessoas com mais de 65 anos, com problemas de saúde e com profissões que exigem cuidado acrescido.
“Enquanto não tivermos essa população completamente vacinada, não passamos a outros níveis etários. É uma questão de responsabilidade e é uma questão de assumir aquilo que é prático. Não podemos estar aqui a dizer que vamos vacinar crianças, quando ainda não vacinámos os mais velhos”, frisou.
O secretário regional da Saúde adiantou que o processo de vacinação da dose de reforço está “a avançar a bom ritmo” e que houve “nas últimas semanas um incremento”, apesar de ter admitido que há “algumas situações de recusa” e algumas situações em que é preciso aguardar que passem cinco meses da toma da segunda dose da vacina da AstraZeneca.
Quanto a um possível reforço de medidas restritivas de combate à pandemia de Covid-19 nos Açores, Clélio Meneses disse que, por enquanto, não estão previstas.
“As nossas medidas são adequadas a cada tempo e a cada espaço. Neste momento, perante as atuais circunstâncias, não se justifica qualquer outra medida. Se houver um incremento de casos que exija outro tipo de restrições, também tomaremos essa medida”, afirmou.
O governante defendeu que “a situação epidemiológica nos Açores não justifica qualquer medida especial”.
“Temos uma baixa incidência de casos, mas, sobretudo, tendo em conta a proteção da vacinação, temos uma muito baixa incidência de internamentos e óbitos. Temos apenas um internamento e nem é em cuidados intensivos”, sublinhou.
Clélio Meneses justificou as medidas mais recentes com o aproximar do Natal e com as festas que se costumam realizar nesta quadra, como os convívios na noite da passagem de ano.
“Por estarmos em período de Natal e passagem de ano, que promove ajuntamentos, aglomerados e uma relação social mais dinâmica, por estarmos no inverno, onde há necessidade de maior proteção, determinou-se medidas mais específicas, que são a de haver máscara em espaços interiores e a de haver necessidade de teste ou certificado de vacina para acesso a eventos desportivos, culturais ou sociais”, apontou.
Atualmente, é possível realizar nos Açores um teste rápido de antigénio gratuito por semana, mas apenas nas ilhas de São Miguel, Santa Maria e Pico houve adesão por parte das farmácias.
Clélio Meneses tinha já anunciado que o executivo iria procurar alargar a rede de farmácias e outros estabelecimentos aderentes, mas o processo ainda não está fechado.
“São procedimentos que exigem sempre algum tipo de exigência em termos burocráticos, administrativos e financeiros. Estamos a desenvolver este trabalho, não só ao nível de farmácias, mas também ao nível de laboratórios e clínicas. Estamos a fazer um esforço muito grande para envolver o maior número de entidades que possam prestar esse serviço”, adiantou.
Até terça-feira, tinham a vacinação completa contra a Covid-19 na região 197.309 pessoas (83,4% da população), tendo recebido a dose de reforço 18.244 utentes.
LUSA/HN
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