Cabo Verde vai quintuplicar produção de desinfetantes e aumentar exportação

14 de Dezembro 2021

Cabo Verde vai aumentar a sua capacidade de exportação com o investimento da empresa de medicamentos Inpharma, que vai produzir até cinco vezes mais desinfetantes, disse esta terça-feira o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

“Esse investimento que estamos a inaugurar hoje nem sequer é o começo porque a Inpharma já está a produzir, conseguiu-se uma solução transitória, deu respostas ao mercado e hoje temos uma fábrica que tem capacidade e condições de produzir para o mercado nacional e para exportar para outros mercados”, salientou o chefe do Governo, após inaugurar a fábrica, na zona industrial de Tira Chapéu, na cidade da Praia.

A Unidade de Produção de Desinfetantes dos laboratórios Inpharma – Indústria Farmacêutica é um investimento de 100 milhões de escudos (906 mil euros), sendo 22 milhões de escudos (200 mil euros) financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, sigla em inglês).

O primeiro-ministro afirmou que há dois anos o país não estava a pensar num investimento desta natureza, que surge por causa do “estado de necessidade” provocado pela pandemia da Covid-19.

E a Inpharma teve uma “resposta rápida” na produção de álcool gel no ano passado, mas a fábrica agora inaugurada vai ter ainda capacidade de produzir soluções alcoólicas e outros líquidos desinfetantes, o que vai aumentar em quatro ou cinco vezes a capacidade atual da empresa, que disponibiliza no mercado 85 medicamentos, nas formas sólida, líquida e pastosa, disse.

Ulisses Correia e Silva destacou a autonomia atual de Cabo Verde, que no início enviava amostras de testes da Covid-19 para Portugal e Senegal, mas agora tem capacidade laboratorial instalada e condições de aumentar a exportação.

“A nossa intenção é posicionar Cabo Verde como um país que possa tirar proveito da economia da saúde”, projetou, considerando que os investimentos da Inpharma são um exemplo para a importância de criar capacidade exportadora.

O objetivo é também desenvolver o turismo associado a serviços de saúde, criar condições para desenvolver competências humanas tecnológicas e organizacionais nesta área que considera tem um “potencial muito grande”.

“A ambição que todos nós queremos, fazer com que o setor da saúde crie valor económico para o país e cada investimento deste e de outra natureza cria riqueza, cria emprego, desenvolve capacidades, competências e temos condições para ir mais além”, insistiu o primeiro-ministro.

Criada em 1991, a Inpharma exporta medicamentos e serviços sobretudo para os mercados africanos, e segundo o presidente, Joaquim Coimbra, esta é uma nova realização da empresa, após inaugurar há um ano o primeiro laboratório público-privado no país para realização de testes de despiste da Covid-19.

O embaixador dos Estados Unidos da América em Cabo Verde, Jeff Daigle, destacou o apoio do programa USAID que vai permitir que a Inpharma aumente a sua capacidade de produção e assim responder à procura de produtos desinfetantes despoletado pela pandemia.

Ao mesmo tempo, disse que vai aumentar em 10% o número de postos de trabalho, beneficiando na sua maioria mulheres, acrescentando uma “nova dimensão” à parceria dos Estados Unidos com Cabo Verde na área da saúde.

O diplomata notou o “imenso orgulho” do seu país em trabalhar ao lado de Cabo Verde nos esforços para combater a Covid-19 e apoiar a recuperação da economia.

Neste sentido, recordou que chegaram ao arquipélago na semana passada de 200 mil vacinas da Pfizer doadas pelos Estados Unidos para vacinar crianças e adolescentes dos 12 aos 17 anos a partir de quinta-feira.

LUSA/HN

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