Em comunicado, o diretor-geral da associação que representa vários exibidores e distribuidores cinematográficos, António Paulo Santos, manifesta-se “incrédulo” pelas “medidas discriminatórias” anunciadas para conter a propagação da Covid-19 e pelas “sucessivas correções e esclarecimentos” por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Na quarta-feira, a DGS admitiu um “lapso” na divulgação das orientações sobre realização de eventos culturais – que abrangem também as exibições de cinema -, esclarecendo que até domingo, 02 de janeiro, se mantém a exigência de comprovativo de teste à Covid-19 ou a realização de autoteste.
No dia anterior, a orientação da DGS indicava que o acesso a eventos culturais poderia ser feito com teste negativo ou com certificado digital de vacinação.
No entender da FEVIP, estas alterações “estão a aumentar a incerteza de quem quer visitar os cinemas, afetando diretamente as receitas de bilheteira”.
Segundo contas da associação, só entre os dias 26 e 29 de dezembro os cinemas sofreram quebras de 74% em relação a anos anteriores.
“Prevê-se que até 09 de janeiro cerca de 600.000 espectadores sejam afastados das salas de cinema. Como é que se sobrevive a atualizações constantes das orientações”, pergunta a associação.
Para a FEVIP, não há “compreensão possível” sobre as restrições impostas à Cultura comparando com outras áreas.
“Parece-me óbvio que o mesmo não ocorre noutros setores, em que as medidas não sofreram este agravamento, como é o caso dos casinos e bingos, em que as pessoas não têm localização fixa ou dos restaurantes, em que é suposto as pessoas estarem sem máscara durante as refeições”, disse.
LUSA/HN
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