A capital económica dos EUA, que foi um dos epicentros da pandemia na primeira vaga em março de 2020, regista agora níveis recorde de contágios (85 mil no passado sábado) e um aumento evidente das hospitalizações (9.500 hoje).
Perante esta situação, boa parte das empresas privadas estão a optar pela cautela e a ordenar aos funcionários que trabalhem à distância, pelo menos durante esta primeira semana depois das festividades do final de ano.
“A nossa empresa disse-nos antes do Natal para trabalharmos a partir de casa na primeira semana de janeiro, sobretudo porque muita gente ia viajar durante esta época”, disse Emma Jones, diretora de arte de uma agência de design em Nova Iorque, que emprega mais de meia centena de pessoas, à Efe.
Entre os que mudaram os seus planos à última hora estão os grandes bancos dos EUA, que se têm destacado como um dos setores mais reticentes ao recurso ao teletrabalho.
O Goldman Sachs, cujo principal dirigente tem sido especialmente crítico com esta prática, solicitou no domingo aos seus empregados nos EUA que, se puderem, trabalhem a partir de casa até 18 de janeiro.
O JPMorgan Chase, o maior banco dos EUA e que também tem insistido repetidamente na importância do escritório, permitiu aos trabalhadores que permaneçam em casa durante as primeiras semanas do ano.
Por seu lado, o Citigroup pediu aos trabalhadores na área de Nova Iorque que começassem em teletrabalho durante as festas de final de ano e já estendeu esta política a todo o país em relação a janeiro.
Entidades como o Bank of America optaram pelo teletrabalho pelo menos durante uma semana e outras, como o Wells Fargo, adiaram sem data marcada o regresso aos escritórios.
Hoje, o administrador-delegado do fundo de investimento Jefferies, Richard Handler, explicou, através das redes sociais, porque pediu aos seus trabalhadores para trabalharem a partir de casa até ao final de janeiro.
“Se bem que não se tenham certezas, acreditamos (e esperamos fervorosamente) que este possa ser o último período verdadeiramente difícil de esta pandemia. Contudo, por enquanto, peço a todos que deem prioridade à segurança”, disse Handler.
A alteração de planos, em consequência da variante Ómicron, é generalizada nos setores que se podem permitir não contar com trabalhadores de forma presencial e estende-se a conglomerados tecnológicos, como Apple e Google, e a grandes empresas de outros âmbitos como a petrolífera Chevron ou o fabricante automóvel Ford.
Segundo um inquérito realizado pela consultora Gartner, poucos dias antes das festas de final de ano, 44% das empresas norte-americanas já tinham alterado (adiado) as suas datas de regresso ao escritório.
LUSA/HN
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