A diferença é mínima – prende-se apenas com a textura e o tamanho da porção – no que toca ao menu ideal para crianças a partir dos dois anos de idade e para adultos, explica a organização americana.
“Se pensar sobre comida de crianças, o arquétipo ou a terminologia que amplamente usamos para descrever a comida que damos aos nossos filhos, é realmente uma norma ou construção social que temos perpetuado”, disse Pamela Rothpletz-Puglia, EdD, RD, School of Health Professions, Rutgers, The State University of New Jersey, Piscataway, NJ, EUA.
Comida de crianças são os alimentos que podem ser consumidos dos dois aos 14 anos, em casa ou na comunidade. Há uma crença antiga nos Estados Unidos de que os mais novos precisam de alimentos diferentes dos adultos, e muitos desses alimentos são altamente processados, têm alto teor calórico, de gordura saturada, sódio e açúcar adicionado.
Uma dieta que favoreça esses alimentos pode ter efeitos prejudiciais significativos nas preferências e gostos das crianças, exacerbar a neofobia alimentar ou exigências e afetar a sua saúde no futuro.
Os autores referem que esta ideia de que as crianças precisam de outros alimentos parece ter surgido durante a era da proibição do álcool, quando a indústria da hospitalidade criou menus infantis para compensar a perda de receita. Desde então, sabe-se que crianças com mais de dois anos podem comer os mesmos alimentos saudáveis que os adultos, mas o menu infantil tornou-se uma norma social. Essa norma social persiste porque os alimentos ultraprocessados prevalecem no ambiente alimentar e o seu sabor atrai as crianças.
Os educadores nutricionais desempenham um papel fundamental na mudança da demanda do consumidor e das normas sociais. Podem fazê-lo criando resiliência familiar e comunitária e adaptação saudável ao ambiente de alimentos ultraprocessados, e promovendo o conhecimento de que crianças com mais de dois anos podem comer os mesmos alimentos saudáveis que os adultos comem, não descurando as necessidades nutricionais dos mais novos.
Estes profissionais podem ajudar a melhorar os aspetos não saudáveis do arquétipo da alimentação das crianças, trabalhando com os media, a restauração e os decisores políticos. “Acho que precisamos de colaborar com as comunidades, a indústria alimentar e os decisores políticos”, indicou Rothpletz-Puglia. “Precisamos de nos unir e criar soluções mutuamente benéficas”, acrescentou.
AlphaGalileo/HN/Rita Antunes
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