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Quando iniciar a reabilitação após AVC?
Um Acidente Vascular cerebral (AVC) consiste, genericamente, numa diminuição ou oclusão do fluxo sanguíneo cerebral associada a uma lesão de células cerebrais. Após o tratamento e estabilização inicial na fase aguda, o doente entra na fase de reabilitação que, usualmente, se inicia durante o próprio internamento hospitalar.
O processo de reabilitação inicia-se com uma avaliação médica especializada que visa a identificação e quantificação dos défices resultantes da lesão provocada pelo AVC. Neste momento são revistos os exames de imagiologia cerebrais (identificando as funções das áreas lesionadas), são quantificados os défices sensitivos e motores dos diversos segmentos corporais, são rastreadas possíveis alterações cognitivas, comportamentais e emocionais e é avaliado o desempenho em diversas atividades do dia-a-dia. Nesta avaliação inicial podem ser pedidos exames complementares de diagnóstico que visam a quantificação da disfuncionalidade, como a avaliações radiológica da deglutição ou exames de análise de marcha em laboratório.
Após este momento inicial e, mediante o status funcional prévio do doente, são definidos objetivos específicos e é desenvolvido um plano multidisciplinar que integra diversos sectores e que pode ser realizado em regime de ambulatório ou de internamento. Este plano visa treinar as funções afetadas de forma a que outras áreas cerebrais passem a desempenhar a função da área lesada bem como adaptar os doentes e as suas famílias às disfunções decorrentes do AVC. De facto, uma lesão permanente corretamente compensada poderá ter as suas funções mantidas através de outros mecanismos.
Os sectores de ação usualmente envolvidos nos programas de reabilitação multidisciplinares englobam a Fisioterapia, a Terapia da Fala, a Terapia Ocupacional, a Psicologia e Assistentes sociais. A integração de todas estas áreas é fundamental de forma a existir uma intervenção eficaz em que existam objetivos de sectores que encaixem em objetivos comuns.
As reavaliações são fundamentais e frequentes de forma a adaptar objetivos e respetivo plano de reabilitação à evolução do doente bem como possibilitar o tratamento precoce de possíveis intercorrências.
Autor: Dr. Miguel Reis, fisiatra no Hospital da Cruz Vermelha
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