Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Delfina Carvalho assegurou que os responsáveis do ACES não estão de braços cruzados e que continuam “a tentar arranjar médicos para contratar”.
“Solicitámos a colaboração da vereadora da Saúde, dr.ª Telma Cruz, na procura de médicos e enfermeiros. A vereadora ficou, assim, caso conhecesse alguém, de nos informar para propor contrato à ARS [Administração Regional de Saúde do Centro] que nos tem facilitado esta situação”, afirmou Delfina Carvalho.
Além disso, o ACES Pinhal Litoral, que engloba os concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, no distrito de Leiria, continua “na procura ativa de outras soluções”.
Dezenas de populares concentraram-se hoje em frente ao Centro de Saúde de Porto de Mós, num protesto contra a falta de médicos e ao qual se associaram autarcas.
A presidente da Ur’Gente – Associação de Utentes de Saúde de Porto de Mós, que organizou a iniciativa, considerou que o estado da saúde no concelho “não tem outra classificação que não calamitosa”.
“Os utentes não têm acesso à saúde”, lamentou Ana Margarida Amado.
Já o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, que na semana passada disse que a situação da saúde era “anormalmente grave” devido à falta de médicos, precisou que no final do mês “um único médico vai ficar com mais de nove mil utentes” no Centro de Saúde da sede do concelho.
Jorge Vala admitiu cansaço face “a promessas ao longo de anos que têm sido tantas e tão pouco consistentes”, justificando o apoio ao protesto para mostrar ao país a “indignação da população”.
“Estamos numa situação extrema”, avisou Jorge Vala, “também utente sem médico de família”, prevendo que possa vir a acontecer ter o “centro de saúde encerrado”.
A diretora executiva do ACES Pinhal Litoral explicou que “existe uma vaga a descoberto por denúncia de contrato e ficará uma vaga a descoberto em fevereiro por aposentação de um médico” no Centro de Saúde de Porto de Mós.
Delfina Carvalho adiantou que “o ficheiro que estava sem médico, também na sede, foi agora alocado por um médico” que entra no dia 01 de fevereiro por concurso.
“Efetivamente, os outros ficheiros têm médicos alocados, mas estão é de ausência prolongada por gravidez de risco e doença”, assinalou a responsável do ACES, admitindo que “o que agravou a situação foi que estas ausências ocorreram nos finais de dezembro”.
Na semana passada, esta responsável reconheceu “a falta de médicos na região, transversal também a todo o país”.
“Neste último concurso, que está a terminar, pedimos 29 vagas para médicos para todo o ACES, deram-nos oito. Das quatro vagas para Porto de Mós, deram uma”, declarou Delfina Carvalho.
A Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Porto de Mós, além da sede, tem polos em Mira de Aire, Arrimal-Mendiga, Serro Ventoso-São Bento e Alqueidão da Serra.
“Torna-se mais difícil gerir uma unidade muiltipolar, dada, além da falta de recursos humanos, a dispersão geográfica”, acrescentou Delfina Carvalho.
O concelho de Porto de Mós tem cerca de 23.200 habitantes distribuídos por 10 freguesias.
LUSA/HN
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