Os comentários de Kennedy, filho do ativista e candidato presidencial Robert F. Kennedy, foram feitos durante um comício em Washington, realizado no domingo, organizado pela sua associação sem fins lucrativos anti-vacinas, a Children’s Health Defense.
As referências ao Holocausto foram amplamente difundidas e consideradas como ofensivas e historicamente ignorantes.
Esta é a segunda vez que Robert F. Kennedy Jr. pede desculpas por fazer referências ao Holocausto, no âmbito da sua atividade, que procura combater a vacinação.
“Peço desculpas pela minha referência a Anne Frank, especialmente às famílias que sofreram os horrores do Holocausto”, sublinhou Kennedy através da rede social Twitter.
“A minha intenção era utilizar exemplos de barbáries do passado para mostrar os perigos das novas tecnologias de controlo. Como as minhas observações causaram mágoa, estou verdadeiramente e profundamente arrependido”, acrescentou.
A mulher de Robert F. Kennedy Jr., a atriz Cheryl Hines, que participa na série Curb Your Enthusiasm, distanciou-se destas declarações através das suas redes sociais, pouco tempo depois da publicação do marido.
Cheryl Hines considerou a referência a Anne Frank como “repreensível e insensível”.
“As atrocidades que milhões sofreram durante o Holocausto nunca devem ser comparadas a nada ou ninguém. As suas opiniões não são um reflexo das minhas”, sublinhou a atriz.
Kennedy é sobrinho do antigo presidente norte-americano John F. Kennedy e filho do irmão assassinado, ex-procurador-geral dos EUA, ativista dos direitos civis e candidato presidencial, o democrata Robert F. Kennedy.
Na sua intervenção de domingo, Robert F. Kennedy Jr. acusou o principal especialista de doenças infecciosas e conselheiro da Casa Branca, Anthony Fauci, de orquestrar o “fascismo”.
“Mesmo na Alemanha de Hitler, era permitido cruzar os Alpes até à Suíça. Era possível escondermo-nos num sótão como fez a Anne Frank”, referiu durante o comício.
Anne Frank, cujo “Diário” foi declarado património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), morreu em 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen (Alemanha).
Segundo uma investigação da agência Associated Press (AP), Kennedy invocou no mês passado os nazis e o Holocausto para se referir a medidas de saúde pública, destinadas a salvar vidas durante a pandemia de Covid-19, como a obrigação do uso de máscara ou vacinação obrigatória.
Kennedy já tinha pedido desculpas em 2015, depois de ter usado a palavra ‘holocausto’ para se referir a crianças que acreditava terem sido afetadas por vacinas.
LUSA/HN
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